10/06/2010

Victor Hugo - Um homem extraordinário

Victor Hugo (1802-1885), poeta, novelista e dramaturgo francês cujas volumosas obras constituíram para um grande impulso, possivelmente o maior dado por uma obra singular, ao romantismo da França.


Filho do general napoleonico Joseph Hugo e de Sophie Trébuchet, nasceu em Besançon, no Doubs. Passou a sua infância em Paris., embora tenho estado também em Nápoles e na Espanha o que acabou por influenciar profundamente a sua obra. Victor faz os seus primeiros estudos, como interno, no Seminário de Los Nobles, na companhia do seu irmão Eugène. Em 1812 os seus pais separam-se e ele e o irmão ficam a viver com a mãe.


Muito jovem, ainda, compôs numerosos poemas. Em 1816 aos catorze anos confessa numa das cartas que escreveu "Quero ser Chateubriand ou ninguém."

Em 1817, a Academia Francesa premiou um poema seu, e em 1819 fica noivo de Adèle Foucher, uma amiga de infância, apesar dos ciúmes do seu irmão Eugène e contra os conselhos da sua mãe.

Funda com os seus irmãos em 1819 uma revista, o Conservateur littéraire (Conservador literário). No mesmo ano ganhou o concurso da Académie des Jeux Floraux, instituição literária francesa fundada no século 14.


Em 1820 Publica a novela "Bug-Jargal" ao mesmo tempo que recebe uma pensão de dois mil francos do rei Luís XVIII pela sua Ode sur la Mort du Duc de Berry
No ano de 1821 Sophie Hugo, a mãe do romancista, falece a 27 de Junho. A 20 de Julho o seu pai volta a casar-se com Catherine Thomas.

A partir de 1822, integrou-se ao romantismo e em breve transformou-se no porta-voz deste movimento As suas primeiras "Odes" vêm a lume neste ano e casa com Adèle Foucher.


Durante a vida teve diversas amantes, sendo a mais famosa Juliette Drouet, actriz sem talento, a quem ele escreveu numerosos poemas.

Juliette Drouet e Victor Hugo

Em 1824, nasce a sua filha Léopoldine e é nomeado Cavaleiro da Legião de Honra em 1825, ao mesmo tempo que se torna líder de um grupo de jovens escritores criando o Cenáculo.

Sua filha Léopoldine

Em 1826 publica Odes e Baladas e Bug Jargal, romance que começara a escrever na juventude. O seu domínio de escrita sobre temas medievais, leva-o a ser aclamado pelos jovens escritores da época, tornando-se porta-voz da nova escola literária: o Romantismo.

Com o seu drama “ Cromwell”, publicado em 1827, alcança o sucesso. No prefácio deste drama em versos, que não foi encenado enquanto esteve vivo, opõe-se às convenções clássicas, em especial à unidade de tempo e à unidade de lugar. "Cromwell" é considerado o manifesto do Romantismo contra o Classicismo.

Em 1828, aos 26 anos e rodeado de discípulos, Victor Hugo era um homem feliz e com mais dois filhos, Charles e François-Victor. A conta bancária aumenta, e a família começa a levar uma vida de luxo e elegância. Nesse ano morre o seu pai.
O período 1829-1843 foi o mais produtivo da carreira de Victor Hugo. Em 1830 estreia Hernani obra teatral que representa o fim do classicismo, e desencadeia uma polémica apaixonada. Essa obra expressa novas aspirações da juventude. para Hugo começa então um período de fecundidade. Rival de Lamartine, deseja afirmar-se como o único e maior poeta lírico da França.

Consegue em 1831, a sua consagração graças à publicação de "Notre-Dame de Paris" (O Corcunda de Notre Dame), o seu primeiro romance histórico. O livro resulta na restauração da catedral de Notre Dame de Paris.


A partir de 1835, empreende várias viagens pela Europa. Ao mesmo tempo escreve ainda numerosas obras de teatro. É nomeado em 1837 Oficial da Legião de Honra.


A sua glória de poeta é finamente consagrada em 1841, com a sua eleição para a Academia Francesa. No mesmo ano Luís Felipe o nomeia par de França. Nessa altura, Victor Hugo é um homem bem sucedido, leva uma vida burguesa e dedica-se pouco a toda criação verdadeiramente nova.


Em Fevereiro de 1843 a sua filha Léopoldine casa-se e em Setembro desse mesmo ano, o casal morre afogado no Sena. Victor Hugo estará algum tempo sem escrever.

Luis Felipe de Orleans em 1845 nomeia-o escritor par de França. Começa a esboçar "Les Misérables" que começou por chamar-se "Les Misères".

Com o deflagrar da revolução de 1848, ele entusiasma-se com os valores revolucionários das camadas miseráveis. Criado no espírito da monarquia, o escritor acabou por se tornar favorável a uma democracia liberal e humanitária. È eleito deputado, e destaca-se pela sua eloquência e pela sua radical oposição a Luís Napoleão Bonaparte.


A partir de 1849, Victor Hugo dedica um quarto da sua obra à política, um quarto à religião e outro à Filosofia humana e social. A 13 de Maio desse ano é eleito deputado conservador na Assembleia Legislativa. Em Agosto preside ao Congresso Internacional da Paz.

Quando ocorre o golpe de Estado de 2 de Dezembro de 1851, ele declara-se inimigo acérrimo de Luis Bonaparte acusando-o de tirano. Os seus filhos são presos. Depois de organizar a resistência ao golpe de Estado, sai de Paris e refugia-se em Bruxelas.

Victor Hogo (à direita) com os filhos François et Charles em 1953

Em 1855 deu começo ao seu comprido exílio de quinze anos na ilha de Guernsey. Foi um dos poucos proscritos a recusar a amnistia oferecida por Napoleão III em 1859: « Et s'il n'en reste qu'un, je serai celui-là » ("e se sobra apenas um, serei eu").


Durante estes anos, Hugo escreveu a feroz sátira, Napoleão o pequeno (1852), os poemas satíricos, "Os castigos" (1853), o livro de poemas líricos, "As contemplações" (1856) e o primeiro volume de seu poema épico, "A lenda dos séculos" (1859-1883). Em Guernsey completou a sua mais extensa e famosa obra, "Os miseráveis" (1862), uma novela que descreve vividamente, ao tempo de condenação, a injustiça social da França do século XIX. Os Miseráveis, traziam claramente a filosofia política de Victor Hugo. Um mundo onde havia cooperação - e não luta - entre as classes; onde o empreendedor desempenhava uma função essencialmente benéfica para todos.



Em 1870 depois da proclamação da República, regressa a Paris, sendo eleito em 1871, deputado, como cabeça de lista dos republicanos por Paris. Morre o seu filho Charles e dois anos depois François. Em 1876 é eleito senador por Paris.


Entre as obras mais destacáveis dos seus últimos quinze anos, encontram-se; O noventa e três (1874), uma novela sobre a Revolução Francesa; e A arte de ser avô (1877), conjunto de poemas líricos a respeito de sua vida familiar.

A sua actividade literária reduz-se consideravelmente. Quando morre, em 1885, a república presta-lhe homenagens fúnebres nacionais. O Governo decreta luto nacional. De acordo com seu último desejo, foi enterrado num caixão humilde no Panthéon, após ter ficado vários dias exposto sob o Arco do Triunfo.


Acreditava no direito do homem usufruir dos frutos do seu trabalho, embora reforçasse a responsabilidade que acompanha o enriquecimento pessoal, por isso doava uma parte significativa do seu rendimento a diferentes obras de caridades. Apaixonado, generoso e dotado de uma extraordinária capacidade de trabalho, Vítor Hugo escreveu uma obra colossal e variada. Com ele desaparece um dos grandes génios da língua francesa.


"A vida é a infância da nossa imortalidade." ( Johan Wolfgang Von Goethe )

5 comentários:

  1. Olá Maria! Você brinda-nos sempre com belíssimos posts. Obrigada pela partilha, fiquei a saber um pouco mais sobre Victor Hugo. Quero agradecer as suas visitas lá ao meu cantinho, é sempre um prazer recebe-la lá.

    Um beijinho grande,
    José.

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  2. Maria querida, excelente tema de seu post...não conhecia com tantos detalhes a vida deste magnífico homem, Victor Hugo.

    Beijos...
    Valéria

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  3. Um belo presente vc me ofertou com essa lindissíma postagem amiga.

    Aqui passei a conhecer mais um pouco de Victor Hugo.

    Fim de semana iluminado.

    beijooo.

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  4. Minha querida Maria
    É um gosto passar por aqui e beber tanta e tão boa informação.

    beijinhos com carinho
    Sonhadora

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  5. Que maravilha de post!

    Não conhecia a vida deste "homem extraordinário" tão bem assim...

    Adorei sua visita e já estava te seguindo...
    Bjoss

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