02/09/2017

Ideal - Poema de antero de Quental




Aquela, que eu adoro, não é feita
De lírios nem de rosas purpurinas,
Não tem as formas lânguidas, divinas
Da antiga Vénus de cintura estreita...

Não é a Circe, cuja mão suspeita
Compõe filtros mortaes entre ruínas,
Nem a Amazona, que se agarra ás crinas
D'um corcel e combate satisfeita...

A mim mesmo pergunto, e não atino
Com o nome que dê a essa visão,
Que ora amostra ora esconde o meu destino...

É como uma miragem, que entrevejo,
Ideal, que nasceu na solidão,
Nuvem, sonho impalpável do Desejo...


Antero de Quental, in "Sonetos"



6 comentários:

  1. Poemas são miragens feitas pelas palavras disfarçadas.
    Boa semana

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  2. Interessante e maravilhosa escolha. Adorei

    Beijo e um sábado feliz

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  3. Antero de Quental foi um grande escritor.
    E este soneto é magnífico.
    Obrigado pela partilha, foi uma excelente escolha.
    Bom fim de semana, amiga Maria.
    Beijo.

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  4. Mais um excelente poema de Antero Quental, obrigado pela partilha.

    Bom fim de semana Maria.

    Um beijinho

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  5. Do ilustre Antero,
    li esse belo poema
    na vida o que eu quero
    de mim não sintam pena!

    Tenha uma boa noite, e um bom dia de domingo, amiga Maria, um abraço,
    Eduardo.

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  6. Os sonetos de Quental são maravilhosos Maria e sua escolha foi ótima.
    Bonita ilustração.
    Gosto de suas escolhas poéticas para as partilhas.
    Bjs de paz amiga.

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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