18/03/2016

Paraíso - Poema de David Mourão-Ferreira




Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol não me constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita o sumo de lua e de laranja.

Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota…
Crepite, em derredor, o mar de Agosto…
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!

Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençois o lume do teu peito…

Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.


David Mourão-Ferreira


 

7 comentários:

  1. Gostei. Boa escolha.
    Um abraço e bom fim de semana

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  2. Magníficas imagens, bonito poema! Abraço.

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  3. Precioso poema. Un abrazo feliz fin de semana.

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  4. Bom dia, Maria!
    Mais um poema lindo e rico em sentimentos.
    Que seu final de semana seja maravilhoso.
    Abração esmagador.

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  5. Parabéns ao autor David Mourão-Ferreira por tão lindo poema.
    Bjs Maria Rodrigues e um ótimo final de semana.
    Carmen Lúcia.

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  6. Bonito, não conhecia!

    Bom fim de semana Maria e um grande beijinho.

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  7. Um poema maravilhoso, que desconhecia!...
    Mais uma partilha formidável, por aqui!...
    Beijinhos
    Ana

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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