28/06/2015

Um Caminho de Palavras - Poema de António Ramos Rosa




Tudo o que sei, já lá está, mas não estão os meus
passos nem os meus braços. Por isso caminho,
caminho, porque há um intervalo entre tudo e
eu, e nesse intervalo caminho e descubro o meu caminho.

Mas entre mim e os meus passos há um intervalo
também: então invento os meus passos e o meu próprio
caminho. E com as palavras de vento e de pedras,
invento o vento e as pedras, caminho um caminho de palavras.

Caminho um caminho de palavras
(porque me deram o sol)
e por esse caminho me ligo ao sol
e pelo sol me ligo a mim
E porque a noite não tem limites
alargo o dia e faço-me dia
e faço-me sol porque o sol existe

Mas a noite existe
e a palavra sabe-o.

António Ramos Rosa,
in "Sobre o Rosto da Terra"




10 comentários:


  1. Me ha encantado tu bloc te espero esta semana con un post que va de platos, para decorar, para presentar i para comer, en elracodeldetall.blogspot.com

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  2. Magnifico este belo poema do Ramos Rosa.
    Um abraço e bom Domingo.

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  3. Para ler, reler, digerir e incorporar!
    Beijo

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  4. Olá Maria belo poema desse autor; faz-nos a refletir
    os nossos caminhos que estamos trilhando;
    Aproveito tbm para agradecer as suas visitas lá na casa.
    Bom começo de semana.
    Janicce.

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  5. oi minha amiga,

    voltando aos poucos e já encontro uma beleza dessas...

    beijinhos

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  6. Maria!
    Que linda poesia onde o sentimento se faz presente.
    Adorei a imagem
    Beijos

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  7. Belíssimo poema.
    Adorei a oportunidade de lê-lo.
    As imagens também são lindas.

    Ótima e feliz semana.

    Beijo.

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  8. Buena entrada..por aquí de verano..te mando un beso desde Murcia...

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  9. Um poema que não conhecia e que encerra a magia da palavra!!! Boa semana!

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  10. Passos e caminhos, e a luz do sol clareando nosso dia a dia que a noite não tarda, e as vezes ela pode parecer tão mais longa que vários longos dias. Um grande abraço

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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