08/08/2020

Pobres Rosas de Sintra - Poema de Joaquim Nunes Claro




 Toma essas rosas de Dezembro, agora,
Que ao frio, à chuva, esta manhã colhi,
Elas trazem humildes, lá de fora,
Saudades da montanha até aqui.

Hão de morrer d’aqui a pouco, embora!
Em cada curva onde o perfume ri,
Trazem mais o terno duma hora,
Que um frágil coração bateu em ti.

Aceita-as pois, mas, como a vida é breve
E, um dia, perto, leve e branca a neve,
Há-de cair sobre o teu peito em flor,

(Não vá Dezembro algum murchar-te o encanto)
Deixa tu que eu te colha agora, enquanto
Tens sol, tens mocidade e tens amor.


Nunes Claro
De "Cinza das Horas"


9 comentários:

  1. Que bela maneira de começar o dia!
    A rosa de Sintra e o poema de Nunes Claro entrelaçam-se divinamente.

    Um beijo e bom verão!

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  2. Maravilhoso, encantador, divino.
    .
    Bom fim-de-semana
    Abraço poético

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  3. Tengo de esas rosas y son muy fragantes, es lo que me encanta de ellas

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  4. Obrigada pela partilha desta brilhante poema!! :)

    Bom fim de semana. Beijos

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  5. Que maravilha de soneto! Muitos parabéns pela escrita e por tudo. Beijinhos

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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