13/07/2016

Poente - Poema de Eurípedes





Apartava-se o sol da terra com um beijo,
Derradeiro acenar de amarga nostalgia...
Do vivido astro-rei a pálida agonia,
Vibrava, ao fenecer, a mágoa dum harpejo... 
     
Fundiam-se no campo as tintas do festejo
Verde-rubro da terra, em horas de alegria...
E engolfando-se ao longe, a luz desaparecia 
Da vetustez em pó da «casa de azulejos»... 
     
Momentos de harmonia!... Incerta, uma penumbra 
De brilho fulvo-rosa apenas se vislumbra,
Mas adensa-se já, volita mansamente...
     
E a chegada da noite a soluçar tristezas,
Às almas juvenis, candeias sempre acesas,
Segreda as orações etéreas, longamente...
     

Euripedes


1 comentário:

  1. Um poema que desconhecia por completo...
    Como sempre, uma excelente escolha...
    Beijinhos
    Ana

    ResponderEliminar

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

Topo