Tu és o cálix;
Eu, o orvalho!
Se me não vales,
Eu o que valho?
Eu se em ti caio
E me acolheste
Torno-me um raio
De luz celeste!
Tu és o colo
E acho consolo,
Mimo e regalo:
A folha curva
Que se aljofara,
Não d'agoa turva,
Mas d'agoa clara!
Quando me passa
Essa existencia,
Que é toda graça,
Toda innocencia,
Além da raia
D'este horizonte—
Sem uma faia,
Sem uma fonte;
O passarinho
Não se consome
Mais no seu ninho
De frio e fome,
Se ella se ausenta,
A boa amiga,
Ah! que o sustenta
E que o abriga!
Sinto umas magoas
Que se confundem
Com as que as agoas
Do mar infundem!
E quem um dia
Passou os mares
É que avalia
Esses pezares!
Só quem lá anda
Sem achar onde
Sequer expanda
A dôr que esconde;
Longe do berço,
Morrendo á mingoa,
Paiz diverso...
Diversa lingoa...
Esse é que sabe
O meu tormento,
Mal se me acabe
Aquelle alento!
Ah, nuvem branca
Ah, nuvem d'oiro!
Ninguem me estanca
Amargo choro;
E assim que passes
Mesmo de largo...
Vê n'estas faces
Se há pranto amargo.
Tu és o norte
Que me desvias
De ir dar á morte
Todos os dias;
A larga fita
Que d'alto monte
Cerca e limita
O horizonte!
Tu és a praia
Que eu solicito!
Tu és a raia
D'este infinito!
Se há uma gruta
Onde me esconda
Á força bruta
Que traz a onda;
Á força imensa
D'esta corrente
D'alma que pensa,
Alma que sente;
Se há uma vela,
Se há uma aragem,
Se há uma estrela,
N'esta viagem...
É quem eu amo,
A quem adoro!
E por quem chamo!
E por quem choro!
João de Deus, in "Ramo de Flores"
Eu, o orvalho!
Se me não vales,
Eu o que valho?
Eu se em ti caio
E me acolheste
Torno-me um raio
De luz celeste!
Tu és o colo
E acho consolo,
Mimo e regalo:
A folha curva
Que se aljofara,
Não d'agoa turva,
Mas d'agoa clara!
Quando me passa
Essa existencia,
Que é toda graça,
Toda innocencia,
Além da raia
D'este horizonte—
Sem uma faia,
Sem uma fonte;
O passarinho
Não se consome
Mais no seu ninho
De frio e fome,
Se ella se ausenta,
A boa amiga,
Ah! que o sustenta
E que o abriga!
Sinto umas magoas
Que se confundem
Com as que as agoas
Do mar infundem!
E quem um dia
Passou os mares
É que avalia
Esses pezares!
Só quem lá anda
Sem achar onde
Sequer expanda
A dôr que esconde;
Longe do berço,
Morrendo á mingoa,
Paiz diverso...
Diversa lingoa...
Esse é que sabe
O meu tormento,
Mal se me acabe
Aquelle alento!
Ah, nuvem branca
Ah, nuvem d'oiro!
Ninguem me estanca
Amargo choro;
E assim que passes
Mesmo de largo...
Vê n'estas faces
Se há pranto amargo.
Tu és o norte
Que me desvias
De ir dar á morte
Todos os dias;
A larga fita
Que d'alto monte
Cerca e limita
O horizonte!
Tu és a praia
Que eu solicito!
Tu és a raia
D'este infinito!
Se há uma gruta
Onde me esconda
Á força bruta
Que traz a onda;
Á força imensa
D'esta corrente
D'alma que pensa,
Alma que sente;
Se há uma vela,
Se há uma aragem,
Se há uma estrela,
N'esta viagem...
É quem eu amo,
A quem adoro!
E por quem chamo!
E por quem choro!
João de Deus, in "Ramo de Flores"



Bella imagen. Te mando un beso.
ResponderEliminarBoa.noite de paz, querida amiga Maria!
ResponderEliminar"Tu és o colo
E acho consolo,
Mimo e regalo".
Muito bonita a saudade latejante.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos fraternos
Muito linda poesia! Bem escolhida!
ResponderEliminarÓtimo fim de semana! beijos, chica
Nice poem and lovely AI.
ResponderEliminarBeautiful poem and such lovely visuals!
ResponderEliminarAmazing to see your post. Thanks so much for the wonderful content!
ResponderEliminarBeautiful!
ResponderEliminarThat poem is really wonderful. I liked it very much.
ResponderEliminarBela escolha! 👏😘
ResponderEliminarUma das palavras mais formosas do nossos idioma. Difícil de traduzir a muitos dos idiomas, precisamente por não podem sentir aquilo que sentimos. Gosto
ResponderEliminarBeijos
Un bello poema el que compartes en esta ocasión, aunque el traductor me jugo una mala pasada y el final lo convirtió en prosa.
ResponderEliminarSaludos.
Thank you for this beautiful poem.
ResponderEliminarI wish you a lovely weekend.
Boa noite Maria, passando para deixar um fraterno abraço.
ResponderEliminarHola María.
ResponderEliminarPrecioso poema, un placer leerte. Besinos.
Belíssima declaração de amor.
ResponderEliminarBjs, boa semana
Muy bonito el poema María. Gracias y besos.
ResponderEliminarBello poema de amor. Un beso
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