18/10/2018

Dor



Quisera esta tarde divina de outubro
passear pela beira longínqua do mar;
Que a areia de ouro, e as águas verdes,
e os céus puros me vissem passar.

Ser alta, soberba, perfeita, quisera,
como uma romana, para concordar
com as grandes ondas, e as rocas mortas
e as largas praias que apertem o mar.

Com o passo lento, e os olhos frios
e a boca muda, deixar-me levar;
ver como se rompem as ondas azuis,
contra os granitos e não pestanejar;
ver como as aves de rapina se comem
os peixes pequenos e não despertar;
pensar que puderam as frágeis barcas
Afundar-se nas águas e não suspirar;
Ver que se adianta a garganta ao ar,
O homem mais belo não desejar amar…

Perder o olhar, distraidamente,
perde-lo e que nunca o volte a encontrar:
E figura erguida entre céu e praia
sentir-me o esquecimento perene do mar.


Alfonsina Storni



11 comentários:

  1. Que lindo poema, nunca havia lido nem conhecia a escritora.

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  2. AN amazing image, Maria. Amazing!

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  3. Olá Maria como vai?
    Eu tenho andado fugida na verdade mas, aqui estou de novo, vim deixar um beijinho e dizer-lhe que lindo poema eu li, ilustrando uma linda imagem.
    Até sempre Lídia

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  4. Muy bonita fotografía y poema. Besitos.

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  5. La imagen, junto a ese bello poema, hace una buena entrada en tu blog.

    Besos

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  6. Poema adorável!!

    Beijo e um excelente dia!

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  7. Carai, Maria, que fotograafía más bonita. Me encanta!!!
    Un abrazo, amiga.

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  8. The photo is beautiful as a poem.
    And the lyrics are inspired.

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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