25/09/2025

Tu sentado à tua mesa - Sophia de Mello Breyner Andresen





Tu sentado à tua mesa
Bebes vinho comes pão
Quem é que plantou a vinha?
Quem é que semeia o grão?

Lá no socalco da serra
Anda a cavar teu irmão
Debruçado sobre a terra
P'ra que tenhas vinho e pão

Para além daquela serra
P'ra que tenhas vinho e pão
Abrindo o corpo da terra
Dobra o corpo o teu irmão

Sua mão concha do cacho
sua mão concha do grão
Em cada gesto que faz
Põe a vida em comunhão.


Sophia de Mello Breyner Andresen,
"Poemas Dispersos", In "Obra Poética"



16 comentários:

  1. Muito linda poesia e tantas vezes ao comer as delícias à mesa, nem são lembrados o trabalho e trabalhadores para tudo até nós chegar! Linda imagem, perfeita! beijos praianos, chica

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  2. Gosto muito de Sophia e esta foi uma bela escolha.
    : )

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  3. The picture is wonderful. There are no machines, just people. The text is touching and thought-provoking.

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  4. Está mais do que na hora de atentarmos para essas verdades contidas no poema.
    Infelizmente têm muitas pessoas que pensam que a comida está em sua mesa por mágica!
    Adorei a postagem, Maria.
    Bjssssssss, Marli

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  5. What a lovely image and poem. Thanks for sharing.

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  6. Boa noite outonal, querida amiga Maria!
    Ilustração e poema lindos.
    A vida no campo é um espetáculo de fraternidade.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos

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  7. Una bella poesía que elogia el trabajo con el que la gente del campo produce a diario aquellos alimentos que comeremos a diario en nuestra mesa.

    Saludos.

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  8. Me ha encantado el poema. Gracias María. Besos.

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  9. Maria, this is a wonderful poem and this is a wonderful picture.

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  10. This is such a beautiful and humbling poem; it makes you pause and really appreciate the connection between the simple things we enjoy, like the bread and wine, and the immense labor that produces them. The way she links the brother bending his body to the earth's body is a truly powerful way to put life in communion. melodyjacob.com

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  11. Merci à la terre qui nous nourrit et aux mains qui savent l'aider à nous donner tout ce qu'il nous faut pour vivre.
    On ne reconnait pas assez le travail des agriculteurs. Tu leur rend un bel hommage.
    Bisous.

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  12. Adoro ver os tratores a passar pelos campos... Adoro ver a colheita nos campos... Cozinho o meu próprio pão — a minha gratidão vai para os agricultores.
    Um abraço, Viola.
    O outono já chegou? Está a ficar frio aqui... as folhas vão mudar de cor em breve.
    Thank you ror the beautiful poem :-))

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