05/05/2022

Poema O Vale de Olavo Bilac





Sou como um vale, numa tarde fria,
Quando as almas dos sinos, de uma em uma,
No soluçoso adeus da ave-maria
Expiram longamente pela bruma.

É pobre a minha messe. É névoa e espuma
Toda a glória e o trabalho em que eu ardia...
Mas a resignação doura e perfuma
A tristeza do termo do meu dia.

Adormecendo, no meu sonho incerto
Tenho a ilusão do prémio que ambiciono:
Cai o céu sobre mim em pirilampos...

E num recolhimento a Deus oferto
O cansado labor e o inquieto sono
Das minhas povoações e dos meus campos.


Olavo Bilac
In ‘Tarde’ (1919)




21 comentários:

  1. Que espetáculo de poesia! É sempre bom revisitar os clássicos, adoro! Estou com um novo blog, uma nova proposta, te convido a conhecer e me seguir por lá, abraços! ;) https://botecodasletras2.blogspot.com/

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  2. Algo triste, cinzento, a contrastar com a cor da imagem.
    Bjs

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  3. Gosto muito de Olavo Bilac, que ainda ontem publiquei no Sexta.
    Abraço e saúde

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  4. Olavo Bilac que, nos seus poemas, nos transporta para esse romantismo
    que nos delicia.
    Adorei a partilha, cara Maria.
    Beijo
    Olinda

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  5. Muito bonito e inspirador Maria, gostei muito!
    xoxo

    marisasclosetblog.com

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  6. Maravilhoso poema de Olavo Bilac.
    Linda imagem!

    Beijinhos e boa tarde.

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  7. Muy bonito María. Buen día.

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  8. Poesía e imagen en respuesta armonioso. Ha sido muy placentero disfrutar de los dos. Gracias por compartirlos. Un abrazo.

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  9. Gran poema para una imagen preciosa .
    Buen fin de semana Maria.
    Un abrazo.

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  10. Olavo Bilac com o seu poema tão profundo e terno. Ótima publicação, Maria.
    Beijinhos nesta sexta-feira. Feliz fim de semana...

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  11. Que lindo poetar de Olavo Bilac.
    Um bálsamo para o coração
    Abraços.

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  12. Que belleza de poesía acompañada con una relajante imagen.

    Saludos.

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  13. Lindo de se ler...👏... Bom fim-de-semana!

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  14. Una persona que supo hacer de su vida una ofrenda a Dios, por eso confía que El lo considere en su momento de la partida...

    Abrazos.

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  15. Um belo e profundo poema, que adorei apreciar por aqui!
    Beijinhos
    Ana

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