17/11/2013

Carta ao Mar - Poema de António Gomes Leal

Carta ao Mar

Deixa escrever-te, verde mar antigo,
Largo Oceano, velho deus limoso,
Coração sempre lírico, choroso,
E terno visionário, meu amigo!


Das bandas do poente lamentoso
Quando o vermelho sol vai ter comtigo,
- Nada é mais grande, nobre e doloroso,
Do que tu, - vasto e húmido jazigo!


Nada é mais triste, trágico e profundo!
Ninguem te vence ou te venceu no mundo!...
Mas tambem, quem te pode consolar?!


Tu és Força, Arte, Amor, por excelência! -
E, com tudo, ouve-o aqui, em confidência;
- A Musica é mais triste inda que o Mar!

António Gomes Leal, in 'Claridades do Sul'



“Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.” (Fernando Pessoa)

4 comentários:

  1. Um belo poema que retrata a beleza das palavras
    e nos transporta par esse mundo das letras!
    Tenha um dia bem BOM!

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  2. Amiga Maria!
    Belo poema!
    Mar tão poderoso e profundo, inspirando tantos poetas.
    Uma semana saudável!
    Beijos!

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  3. Ai que linda carta! tomara ter sido eu a escrevê-la!
    Bjs

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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