28/10/2014

Fumo - Poema de Florbela Espanca




Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas;
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!

Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces plenas de carinhos!

Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...

Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu amor pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos...


Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"



9 comentários:

  1. Boa escritora , mas muito infeliz !

    Bons sonhos, amiga :)

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  2. Mui bello ...deixando meu carinho! bjsss

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  3. Oi Maria!
    Uma ótima escolha!
    Florbela Espanca, amo, minha poetisa preferida.
    Adorei!
    Beijos e ótima semana!

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  4. Lindo poema! Gostei muito! bjs, tudo de bom,chica

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  5. Maria...um belo poema de uma bela poetisa!!!
    bj amigo

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  6. Lindo, amei ler minha amiga Maria, Florbela Espanca, seus poemas sempre nos dizem algo!
    Bela escolha, tenhas um lindo dia!
    Beijos!

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  7. Correndo o risco de ser apedrejada, (da outra vez que disse isto, insultaram-me forte e feio) tenho que dizer que Florbela não é das minhas poetisas preferidas.
    Um abraço

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  8. Longe é um espaço vazio se enche com carinho.

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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