Tu sentado à tua mesa
Bebes vinho comes pão
Quem é que plantou a vinha?
Quem é que semeia o grão?
Lá no socalco da serra
Anda a cavar teu irmão
Debruçado sobre a terra
P'ra que tenhas vinho e pão
Para além daquela serra
P'ra que tenhas vinho e pão
Abrindo o corpo da terra
Dobra o corpo o teu irmão
Sua mão concha do cacho
sua mão concha do grão
Em cada gesto que faz
Põe a vida em comunhão.
Sophia de Mello Breyner Andresen,
"Poemas Dispersos", In "Obra Poética"
Bebes vinho comes pão
Quem é que plantou a vinha?
Quem é que semeia o grão?
Lá no socalco da serra
Anda a cavar teu irmão
Debruçado sobre a terra
P'ra que tenhas vinho e pão
Para além daquela serra
P'ra que tenhas vinho e pão
Abrindo o corpo da terra
Dobra o corpo o teu irmão
Sua mão concha do cacho
sua mão concha do grão
Em cada gesto que faz
Põe a vida em comunhão.
Sophia de Mello Breyner Andresen,
"Poemas Dispersos", In "Obra Poética"