20/11/2025

A Boneca - Poema de Presciliana Duarte de Almeida





Que boneca tão bonita
Aquela que ontem ganhei!
Pus-lhe um vestido de chita,
Que eu mesma fiz e cortei.

Seu cabelinho é tão louro
Como cabelo de milho.
Minha boneca é um tesouro,
Tem sapatos e espartilho!

Vou lhe fazer uma cama,
Vou lhe bordar um lençol,
Para tão mimosa dama
Farei fronhas de molmol.

Depois, para o batizado,
Hei de arranjar uma festa:
Um altar muito enfeitado,
Em meio de uma floresta…

Convidarei as amigas
Com quem costumo brincar,
E muito lindas cantigas
Hei de com elas cantar.

Há de haver presunto e bala,
Sorvete para a madrinha,
E desse dia de gala
Minha boneca é a rainha!


Presciliana Duarte de Almeida



Ler o post completo

17/11/2025

A linda Catedral de Granada




Divagando o olhar por uma obra-prima da arquitetura renascentista espanhola.

A linda Catedral de Granada





A Catedral de Granada, oficialmente chamada de Santa Iglesia Catedral Metropolitana de la Encarnación de Granada, é um dos monumentos mais importantes da cidade e um símbolo do património cultural espanhol. Este templo católico é um testemunho da rica história da cidade, refletindo a transição do domínio mouro para o reinado cristão.




A catedral foi construída sobre a antiga mesquita principal de Granada, após a Reconquista da cidade pelos Reis Católicos em 1492. A construção começou no início do século XVI, mas levou quase dois séculos para ser concluída, resultando em uma mistura de estilos arquitetônicos, principalmente o renascentista, com influências góticas e barrocas. O arquiteto principal foi Diego de Siloé, que transformou os planos originais góticos em um design renascentista monumental.





A fachada da catedral é imponente, com detalhes ornamentados e esculturas que retratam cenas religiosas. O interior é grandioso, com uma nave central alta e abóbadas intrincadas. A Capela Mayor é um dos destaques, com seu altar-mor ornamentado e vitrais coloridos. A catedral também abriga várias capelas menores, cada uma com sua própria decoração e obras de arte.





Fotos: Pessoais



Ler o post completo

15/11/2025

Saudade - Poema de João de Deus





Tu és o cálix;
Eu, o orvalho!
Se me não vales,
Eu o que valho?

Eu se em ti caio
E me acolheste
Torno-me um raio
De luz celeste!

Tu és o colo
E acho consolo,
Mimo e regalo:

A folha curva
Que se aljofara,
Não d'agoa turva,
Mas d'agoa clara!

Quando me passa
Essa existencia,
Que é toda graça,
Toda innocencia,

Além da raia
D'este horizonte—
Sem uma faia,
Sem uma fonte;

O passarinho
Não se consome
Mais no seu ninho
De frio e fome,

Se ella se ausenta,
A boa amiga,
Ah! que o sustenta
E que o abriga!

Sinto umas magoas
Que se confundem
Com as que as agoas
Do mar infundem!

E quem um dia
Passou os mares
É que avalia
Esses pezares!

Só quem lá anda
Sem achar onde
Sequer expanda
A dôr que esconde;

Longe do berço,
Morrendo á mingoa,
Paiz diverso...
Diversa lingoa...

Esse é que sabe
O meu tormento,
Mal se me acabe
Aquelle alento!

Ah, nuvem branca
Ah, nuvem d'oiro!
Ninguem me estanca
Amargo choro;

E assim que passes
Mesmo de largo...
Vê n'estas faces
Se há pranto amargo.

Tu és o norte
Que me desvias
De ir dar á morte
Todos os dias;

A larga fita
Que d'alto monte
Cerca e limita
O horizonte!

Tu és a praia
Que eu solicito!
Tu és a raia
D'este infinito!

Se há uma gruta
Onde me esconda
Á força bruta
Que traz a onda;

Á força imensa
D'esta corrente
D'alma que pensa,
Alma que sente;

Se há uma vela,
Se há uma aragem,
Se há uma estrela,
N'esta viagem...

É quem eu amo,
A quem adoro!
E por quem chamo!
E por quem choro!


João de Deus, in "Ramo de Flores"



Ler o post completo

12/11/2025

A elegante Gaivota - Guincho-comum





Olhares que vieram da Noruega e ainda estavam guardados ...


Gaivota Guincho-comum (Chroicocephalus ridibundus)





A gaivota-de-capuz-escuro Chroicocephalus ridibundus, também conhecida como guincho-comum, pertencente ao género Chroicocephalus e à família Laridae. É uma gaivota pequena facilmente reconhecível pela sua plumagem característica, especialmente durante a época de reprodução. Na primavera, os adultos exibem um capuz escuro na cabeça que, com a luz certa, se revela de cor acastanhada, que contrasta fortemente com o corpo branco e as asas cinzentas claras. Ao contrário da gaivota-de-cabeça-preta, o guincho adulto apresenta a ponta superior das asas preta. No inverno, a cabeça escura desaparece, sendo substituída por um padrão mais esbranquiçado, com uma mancha escura atrás do olho. As patas e o bico são vermelhos, tornando-se mais intensos durante a época de reprodução.




Esta espécie é comum em diversas áreas, incluindo zonas costeiras, lagos, rios e pântanos. A sua distribuição é ampla, abrangendo a Europa, Ásia e partes da África. Estes olhares vieram de um lago no Vigelandsparken em Oslo. É uma espécie também comum em Portugal sobretudo durante o inverno, e pode ser vista em diversas zonas do pais.





São aves sociais, frequentemente encontradas em grandes grupos, especialmente durante a época de reprodução. A sua dieta é variada, incluindo peixes, insetos, vermes e restos de comida. Nidificam em colónias, geralmente em zonas húmidas, como pântanos e margens de lagos. Os ninhos são construídos no chão, onde a fêmea põe geralmente três ovos.





Ler o post completo

10/11/2025

Rezando a uma Estrela - Poema de Maria de Santa Isabel





Rezando a uma estrela
perdi-me na tarde…
(que o tempo não arde
o meu sonho por ela).
Instantes de seda,
tão leves, rasgados
na lâmina de água
que mal se arrepia
de prata! Poesia
numa labareda
que se tarde esfolha
numa flor de sol
que abriu numa estrela!


Maria de Santa Isabel



Ler o post completo

07/11/2025

Fontes: Onde a Água se Torna Arte e Vida - criações em AI




As fontes são muito mais do que estruturas por onde a água corre. São pontos de encontro entre a natureza e a criação humana onde a água ganha forma, dança e se revela em beleza. Hoje elas estão aqui presentes e nos transportam para um mundo mágico, onde a realidade se mistura com a fantasia, despertando nossa imaginação.


Fontes: Onde a Água se Torna Arte e Vida - criações em AI






Há fontes pequenas, delicadas, escondidas em jardins silenciosos. Outras são grandiosas, erguidas em praças centenárias, feitas de mármore, granito ou bronze, moldadas pelas mãos de artistas e arquitetos que souberam transformar matéria em arte poética. Podem ser circulares, quadradas, assimétricas, místicas. Umas são clássicas como os jardins renascentistas, com figuras mitológicas e detalhes esculpidos com precisão, outras são minimalistas em jardins ou pátios zen. Cada uma marca a sua presença, transmitindo uma energia positiva.






Mas seja qual for a forma ou o material, há algo essencial que todas as fontes partilham: a água em movimento. Ela escorre, jorra, cai em cascata ou sobe em jatos leves, criando sons que acalmam, que preenchem o espaço e a alma.





Há algo de profundamente sereno nas fontes, elas falam baixinho, num murmúrio constante, como quem reza sem palavras. E nesse som leve e contínuo, encontramos um convite ao silêncio interior.







Onde quer que se encontrem, são lugares onde o tempo desacelera, onde o olhar repousa e a mente se aquieta. Um espaço de contemplação, de pausa. Um ponto zen no meio do mundo que corre, lembrando-nos, a cada gota, que a vida é feita de fluxo, forma e renovação.





Criações em AI (Inteligência Artificial)


Ler o post completo

05/11/2025

O Gato Curioso - Poema de Ferreira Gullar





Era uma vez
um gato siamês.

Por ser muito engraçadinho,
é chamado de Gatinho.

Além de carinhoso,
ele é muito curioso.

Nada se pode fazer
que ele não deseje ver.

Se alguém mexe na estante,
está lá no mesmo instante.

se vão consertar a pia,
está ele lá de vigia.

E o resultado é que quando
viu seu dono consertando
a tomada da parede,
meteu-se com tanta sede,
a cheirar tudo que... nhoque!
levou um baita de um choque!

E pensar que ele aprendeu?
Mais fácil aprendia eu!

Mantém-se o mesmo abelhudo
que quer dar conta de tudo.


Ferreira Gullar




Ler o post completo

02/11/2025

Admirando a arte pela cidade de Oslo




Oslo é um verdadeiro museu a céu aberto, a arte está presente em todo o lado. Hoje trago alguns olhares que capturei nos meus passeios pela cidade.


Admirando a arte pela cidade de Oslo





A capital da Noruega é conhecida por integrar a arte ao quotidiano, abrigando uma rica coleção de obras que se misturam harmoniosamente com a paisagem urbana. Ao passear pelas ruas de Oslo, é possível encontrar diversas esculturas que adornam praças, edifícios e espaços públicos, testemunhando a importância da arte na cultura da cidade.












Mas não é só nas ruas, parques ou em edificios que podemos apreciar peças de arte, ela também está presente na água, como é o caso da incrivel escultura "She Lies" uma obra de Monica Bonvicini feita de aço inoxidável e painéis de vidro. Localizada em frente à Ópera de Oslo trata-se de uma instalação permanente, que flutua na água do fiorde sobre uma plataforma de betão, elevando-se 12 metros acima da superfície da água. A escultura gira sobre o seu eixo ao sabor da maré e do vento, oferecendo experiências variáveis através dos reflexos da água e das suas superfícies transparentes.




Oslo possuí o maior parque de esculturas do mundo, o Vigeland Park, criado por um único artista Gustav Vigeland. Este incrível local reúne mais de 200 esculturas em bronze, granito e ferro forjado que retratam a condição humana nas suas diversas fases, desde o nascimento até a morte, com destaque para o Monolito, uma coluna de 14 metros esculpida com figuras entrelaçadas. Mostrei este fantástico local no meu blogue de viagens em: "Visitando o Vigelandsparken, o Parque das Esculturas – Noruega"




Fotos: Pessoais de visita a Oslo



Ler o post completo

31/10/2025

Outono - Poemas de Maria de Santa Isabel




Parece Primavera o Outono em flor…
Tão radioso de vida
tem pena de morrer!
Translúcidas,
as tardes adormecem,
em salva de oiro imensa…

Primavera que morre de amargura
em religioso adeus:
No seu cair de folhas,
há músicas distantes,
vozes de sonhos mortos…

Que extrema-unção de encanto,
no suspirar das coisas…


Maria de Santa Isabel



Ler o post completo
Topo