09/08/2022

Sonata ao Crepúsculo - Poema de Olavo Bilac




Trompas do sol, borés do mar, tubas da mata,
Esfalfai-vos, rugindo, - e emudecei... Apenas,
Agora, trilem no ar, como em cristal e prata,
Rústicos tamborins e pastoris avenas.

Trescala o campo, e incensa o ocaso, numa oblata.
- Surgem da Idade de Ouro, em paisagens serenas,
Os deuses; Eros sonha; e, acordando à sonata,
Bailam rindo as sutis alípedes Camenas.

Depois, na sombra, à voz das cornamusas graves,
Termina a pastoral num lento epitalâmio...
Cala-se o vento... Expira a surdina das aves...

E a terra, noiva, a ansiar, no desejo que a enleva,
Cora e desmaia, ao seio aconchegando o flâmeo,
Entre o pudor da tarde e a tentação da treva.


Olavo Bilac
In ‘Tarde’ (1919)




15 comentários:

  1. Bello atardecer, genial poema. Te mando un beso.

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  2. O crepúsculo hoje aqui anuncia um sinal de tufão superior.
    Bjs

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  3. Poema profundo que muito gostei de ler. Bonito quadro
    .
    Abraço virtual de amizade
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  4. Bilac sempre lindo e ótima tua escolha! beijos, chica

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  5. Gosto muito da Poesia de Olavo Bilac.
    Neste poema marca-nos o encontro com uma sinfonia
    sublime da Natureza.
    Obrigada, Maria.
    Beijinhos
    Olinda

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  6. Lindo olhar e bela escolha poética...😘

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  7. Uma excelente partilha!!
    -
    Uma excelente semana. Beijos

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  8. Thank you for sharing this poem.

    All the best Jan
    https://thelowcarbdiabetic.blogspot.com/

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  9. Bella imagen que nunca nos cansaremos de ver. Gracias
    Buena noche Maria.
    Un abrazo.

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  10. Um soneto de um poeta que muito aprecio.
    Abraço e saúde

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  11. Un atardecer como ese puede inspirar este y otros poemas tan bellos.

    Saludos.

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  12. Adorei este deslumbrante entardecer... fotográfico e poético!
    Beijinhos
    Ana

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