07/01/2022

Pobrezinha ... Poema de Florbela Espanca





Nas nossas duas sinas tão contrárias
Um pelo outro somos ignorados:
Sou filha de regiões imaginárias,
Tu pisas mundos firmes já pisados.

Trago no olhar visões extraordinárias
De coisas que abracei de olhos fechados...
Em mim não trago nada, como os párias...
Só tenho os astros, como os deserdados...

E das tuas riquezas e de ti
Nada me deste e eu nada recebi,
Nem o beijo que passa e que consola.

E o meu corpo, minh'alma e coração
Tudo em risos poisei na tua mão!...
...Ah, como é bom um pobre dar esmola!...


Florbela Espanca





16 comentários:

  1. Uma mulher que viveu uma vida atormentada e que de forma atormentada escreveu.
    Bjs, bfds

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  2. Lovely poem, Maria. Happy new year!

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  3. Linda e bem escolhida poesia, Maria! beijos, ótimo fds! chica

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  4. Poema/soneto de Florbela Espanca, deslumbrante..
    .
    Cumprimentos poéticos.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  5. Un poema de gran belleza así como la imagen con el que lo acompañas.

    Saludos.

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  6. Olá Maria!

    Maravilhoso Poema, as imagens perfeição.
    Que seu 2022 seja repleto de luz
    Abraços Loiva

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  7. Que maravilha!
    Amei o poema. Obrigada pela partilha! :)
    -

    Beijos. Bom fim de semana

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  8. Teve uma infância muito infeliz, o que marca toda sua vida e obra...
    E era na verdadeira aceção da palavra, uma deserdada... Triste...

    É, sem dúvida, a nossa sonetista maior, cujos poemas gosto de reler e admirar.
    Bom fim de semana, Maria. Beijinho
    ~~~~~~~~~~~~

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  9. Gostei desse a imagem muito ungida, querida amiga Maria.
    Tem vez que há pessoas que nada nos dão.
    Tenha um final de semana abençoado junto aos seus amados!
    Beijinhos carinhosos 😘

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  10. Uma excelente escolha
    Florbelaa, inwgualável na arte de dizer o indizivel~

    beijo

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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