30/08/2017

Sussurro




Aquiete-se para ouvir o silêncio;
a clorofila escorre pela haste,
a sombra e o sol ecoam um contraste
de quentes e frios na linha divisória.


Tente escutar a história da brisa
quando passa empurrando
a bruma,que,tola, embaça a púrpura da rosa.
Esta conta prosa de sacerdotisa.


Faça atenção ao momento de explosão
da metamorfose
que irrompe em grande dose
de véus e açúcares.


Sinta o cochilo dos nenúfares.
Se conseguir atingir
o ponto mais profundo da quietude,
vai poder ouvir o coração do colibrí.


Ele bate minúsculo num peito passarinho.
A Terra se mobiliza para entoar
uma sonata azul em homenagem
a esse músculo coberto de plumagem,
que tão pequenininho é tão capaz de amar.


Flora Figueiredo 



7 comentários:

  1. Fascinante escolha! Obrigada pela partilha.

    Um grande beijinho

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  2. Belo poema Maria Rodrigues!
    Bjs e obrigada pela visita.
    Carmen Lúcia.

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  3. Um poema suave e pleno de encanto.
    Um abraço.
    Élys.

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  4. Um belo poema e as imagens são também lindíssimas.
    Bjn
    Márcia

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  5. Não conhecia esta poetisa. E gostei.
    Abraço

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  6. Já houve quem quisesse ouvir estrelas... Desta feita há que ouvir o silêncio, a história da brisa e finalmente o coração do colibri. É a eterna busca pelo inefável, que dá sentido à vida, que completa a existência. Beijos.

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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