No início deste mês de Junho fui visitar novamente Manteigas, “O coração da Serra da Estrela” como diz o seu cartaz de apresentação. É uma vila lindíssima rodeada por grandiosas paisagens de grande beleza natural, situada no Distrito da Guarda em plena cadeia montanhosa da Serra da Estrela, a mais elevada em Portugal Continental.
Foi um fim-de-semana excelente e hoje proponho levá-los comigo a visitar alguns dos lindos locais de Manteigas, acompanhados com um pouco da sua história.
Está localizada em pleno Vale Glaciar do Zêzere, que com a sua forma perfeita em 'U' é um dos melhores exemplos da modelação da paisagem pelos glaciares.
Foto: Pessoal
Do Património edificado de Manteigas pode-se salientar:
• Igreja da Misericórdia
• Capela de Nossa Senhora de Fátima
• Igreja Matriz de Santa Maria
Foto: Pessoal
• Capela de Santa Luzia
• Capela do Senhor do Calvário
• Igreja de São Pedro
Manteigas tem locais encantadores, um património natural riquíssimo, hoje apenas indico alguns entre os muitos que há a salientar:
■ Valhelhas
Valhelhas é uma pequena povoação de origens muito antigas, situada num lindíssimo vale, na margem esquerda do rio Zêzere. Na Idade Média, Valhelhas foi doada à Ordem do Templo e aos seus frades, e posteriormente à Ordem de Cristo. As suas ruas tranquilas albergam um importante Património, como o Pelourinho datado de 1555 situado em frente ao antigo edifício dos Paços de Concelho e Cadeia, hoje Junta de Freguesia, a igreja Matriz de Santa Maria Maior de origens bem antigas, a Ponte Velha sobre o rio Zêzere, a Capela do Divino Corpo Santo de 1503, a Capela de Santo Antão ou São Sebastião datada de 1577.
Foto: Pessoal
■ Poço do Inferno
Um local que me fascina sempre e é, de há longa data um dos ex-libris da Serra da Estrela é o Poço do Inferno. A cascata, com cerca de 10 metros, deve-se à variação da litologia dos locais atravessados pela Ribeira de Leandres.
Algumas estradas pelo meio das montanhas são estreitas e nalguns sítios quase não dá para passarem dois carros, mas vale bem a pena percorrê-las. No meio das árvores surgem por vezes paisagens deslumbrantes, que podem ser apreciadas a partir de muitos miradouros, que se encontram de ambos os lados da estrada.
Foto: Pessoal
■ O vale glacier do Zezêre
Na subida para a Torre passámos pelo Vale Glaciar do Zêzere. Corresponde à maior língua glaciar da Serra da Estrela e uma das maiores da Europa, atingindo cerca de 13 km de extensão. Este vale é "diferente" por ser formado por um glaciar e não pelo rio que lhe dá o nome. Um glaciar é uma massa de gelo que se move de zonas de relevo mais altas, para zonas de relevo mais baixas e, através desse movimento, a rocha sobre a qual o glaciar passa, vai-se desgastando. Com esse desgaste, forma-se um vale em forma de "U" (se fosse um vale formado por um rio e não por um glaciar, o vale teria a forma de um "V").
O vasto comprimento deste vale glaciar é devido ao facto de ter sido alimentado por várias línguas: a língua da Nave de Santo António, Covão da Ametade, Candieira e Covões. Breve paragem na fonte Paulo Luís Martins datada de 1951 para beber água bem fresquinha que corria vinda do alto da montanha.
Foto: Pessoal
■ Covão da Ametade
Próxima paragem foi no Covão da Ametade. Este parque fica encaixado entre imponentes falésias. O Rio Zêzere, corre por entre frondosas árvores e pode ser atravessado por meio de pequenas pontes de madeira.
Na subida para a Torre, atravessamos um túnel escavado na montanha e como não havia trânsito, deu para parar e sentir a grandeza desta paisagem deslumbrante.
Foto: Pessoal
■ Nossa Senhora da Estrela
Paragem obrigatória para observar a Nossa Senhora da Estrela, esculpida em baixo relevo, na rocha, situada no Covão do Boi. A Senhora da Boa Estrela é padroeira dos Pastores e foi inaugurada em 1946.
Foto: Pessoal
A escultura, com mais de 7 metros de altura, foi elaborada por António Duarte, partindo de uma ideia do Pároco local que assistiu à demonstração de fé local quando foi implantado um Cruzeiro no ponto mais alto da imensa Serra da Estrela, e desejou prestar homenagem à Santa protectora dos Pastores que enfrentam há séculos as intempéries da agreste região. Uma escadaria, também esculpida na pedra, permite chegar mesmo á base da escultura.
Cada miradouro ao longo da estrada tem mais um ponto de interesse para ser observado. Desta vez foi para apreciar o enorme maciço rochoso do Cântaro Magro.
Foto: Pessoal
■ Torre
Paragem na Torre, segundo ponto mais alto de Portugal, situado a 1993 metros de altura. Um marco geodésico assinala o ponto mais elevado da Serra da Estrela.
Foto: Pessoal
Na rotunda foi construída também a Torre com cerca de 7 metros de altura e que deu o nome ao local. Conta-se que o referido torreão foi mandado construir, em 1802, pelo príncipe D. João VI, com o objectivo de fazer com que a Serra da Estrela alcançasse os 2 000 metros de altitude.
Foto: Pessoal
Foto: Pessoal
■ Lazer e desporto
Skiparque
Em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, a 7km de Manteigas, atravessado pelo Rio Zêzere, o Skiparque oferece a possibilidade de fazer Ski e Snowboard todo o ano em pistas sintéticas, disponibilizando ainda aulas com monitores de ski. Visite o seu site para ficar a saber um pouco mais, em "Skiparque".
O complexo dispõe ainda de um Parque de Campismo, Parque Aventura, uma Praia Fluvial e bares de apoio. Num vale rodeado de vegetação e montanhas, com água límpida a correr, é um local onde se respira paz e serenidade.
Todo o enquadramento está maravilhoso e com as cerejeiras em flor ainda se torna mais encantador.
A região prima por uma beleza natural única, com paisagens absolutamente magníficas, que associada a uma excelente gastronomia e à gentileza das suas gentes, faz com que fique sempre a vontade de voltar.
Vá visitar, Vale a pena!
Fontes e Fotos: Wikipedia; http://www.cm-manteigas.pt/; http://www.igespar.pt/ ; http://www.rotasturisticas.com/; http://torreserradaestrela.com/; http://www.seleccoes.pt/; http://covaodaametade.com/; outros; fotos pessoais.
Foto: Pessoal