19/11/2017

Contemplação - Poema de Antero de Quental





Sonho de olhos abertos, caminhando
Não entre as formas já e as aparências,
Mas vendo a face imóvel das essências,
Entre ideias e espíritos pairando...

Que é o mundo ante mim? fumo ondeando,
Visões sem ser, fragmentos de existências...
Uma névoa de enganos e impotências
Sobre vácuo insondável rastejando...

E d'entre a névoa e a sombra universais
Só me chega um murmúrio, feito de ais...
É a queixa, o profundíssimo gemido

Das coisas, que procuram cegamente
Na sua noite e dolorosamente
Outra luz, outro fim só presentido...


Antero de Quental, in "Sonetos"



10 comentários:

  1. Boa escolha no poema que nos traz. Amei. Obrigada

    Beijinhos, bom Domingo

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  2. Ai meu Deus, eu sonho tanto de olhos abertos.
    Um abraço e bom domingo

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  3. Uma contemplação profunda e muito reflexiva...
    Com carinho e um abraço

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  4. Magnífica partilha, amei!
    Onde você encontra imagens tão belas, românticas e singelas? São do seu arquivo pessoal?
    Beijos e um domingo bem feliz!!

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  5. A veces solo la queja prima y se olvida de tanta belleza regada en el camino...
    Una búsqueda incesante que ha de tener el hablante poético que le sirve para responderse a su vez esos misterios que se levantan en el ir descubriendo las encrucijadas que le provocan vivir...

    saludos.

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  6. Boa tarde Maria,
    Magnífico soneto de Antero de Quental.
    Sempre boas escolhas.
    Beijinhos e bom domingo.
    Ailime

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  7. O fascínio da contemplação em versos magníficos
    Beijos e uma feliz semana

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  8. Não conheço esse poeta,mas o soneto é divino.
    Bjs Maria Rodrigues.
    Carmen Lúcia.

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  9. Um poema que me diz muito!

    Boa semana Maria.

    Beijinho com carinho.

    Adélia

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  10. Mais uma maravilhosa escolha, Maria!
    Adorei o poema, deste grande autor!
    Beijinho
    Ana

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