22/04/2016

Água - Poema de Francisco Joaquim Bingre




O líquido delgado e transparente
Com que o barro amassou o Autor sob'rano,
Da insigne construção do corpo humano,
Que temperas do home o fogo ardente!

Quando a chama se ateia em continente
Tu corres a sustar o nosso dano:
Tu desabafo és do mal tirano,
Que ataca o coração, soltando a enchente.

Quando tu pelos poros és filtrada,
Água que o fogo aquece, a calma fica
Da máquina acendida, refrescada.

Porém, quando o suor gela na bica,
Quando o frio te torna condensada,
Nossa queda final se verifica.


Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'


7 comentários:

  1. Maria
    Lindo soneto de Francisco Joaquim Bingre, que nos acrescenta muito, gosta-se. Mais uma vez a tua sensibilidade, para o poesia vem ao cimo.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Nunca tinha lido nada deste poeta. Um belo soneto sobre a água.
    Bom fim de semana, Maria.
    xx

    ResponderEliminar
  3. Gostei e não conhecia!

    Beijinho Maria e um bom fim de semana.

    ResponderEliminar
  4. Oi querida,
    Lindo soneto
    Você tem bom gosto
    Beijos
    lua Singular

    ResponderEliminar
  5. Boa noite, Maria.
    Água, líquido precioso e um dos remédios naturais.
    Bom poema. Estou conhecendo agora também, como a Laura, este autor.
    Bjs.

    ResponderEliminar
  6. Gostei do soneto!

    Saudalões minhas!

    ResponderEliminar
  7. Mais um autor que desconhecia... e que é um privilégio descobrir, por aqui...
    Gostei imenso! Bjs
    Ana

    ResponderEliminar

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

Topo