09/12/2015

Noturno





Devagar, devagar... A noite dorme
e é preciso acordar sem sobressalto.
Sob um manto de sombra, denso, informe,
o mar adormeceu a sonhar alto.

Devagar, devagar... O rio dorme
sobre um leito de areias e basalto...
Malhada pela neve a serra enorme
parece um tigre a preparar o salto.

E dorme o vale em flor. Dormem as casas.
Nenhum rumor. Nenhum frémito de asas.
Nada perturba a noite bela e calma.

E dormem os rosais, dormem os cravos...
Dormem abelhas sobre o mel dos favos
e dorme, na minha alma, a tua alma.


Fernanda de Castro


7 comentários:

  1. Oi Maria
    Que lindo poema e bela imagem
    Beijos no coração
    Minicontista2

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  2. Belíssimo este poema de uma poetisa que conheço muito pouco.
    Obrigado pela partilha
    Abraço

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  3. Bom dia
    Sempre maravilhosas escolhas! Adorei.

    Beijo e um dia feliz.

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  4. Um excelente soneto, muito lírico.
    Conheço pouco da obra da Fernanda de Castro, mas gostei imenso da sua escolha.
    Maria, continuação de boa semana.
    Um abraço.

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  5. Mais um poema maravilhoso... e sempre acompanhado de uma imagem, bem à altura, do mesmo...
    Lindíssima conjugação...
    Beijinhos
    Ana

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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