16/06/2014

As Palavras - Poema de Eugénio de Andrade





São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparados, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
creis, desfeitas,
nas suas conchas puras?


Eugénio de Andrade





3 comentários:

  1. Poesia muito linda e bem escolhida! Que tua semana seja maravilhosa! bjs,chica

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  2. Lindo poema! Belíssima escolha! Parabéns!

    Beijos e ótima semana para ti e para os teus.

    Furtado.

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  3. Maria, poema bonito e que gostei muito de ler agora!...
    Um abraço grande...

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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