24/05/2023

A Distribuição do Tempo




Um minuto, um minuto de esperança
e depois tudo acaba. E toda crença
em ossos já se esvai. Só resta a mansa
decisão entre morte e indiferença.

Um minuto, não mais, que o tempo cansa
e sofisma de amor não há que vença
este espinho, esta agulha, fina lança
a nos escavacar na praia imensa.

Mais um minuto só, e chega tarde.
Mais um pouco de ti, que não te dobras,
e que eu me empurre a mim, que sou covarde.

Um minuto e acabou. Relógio solto,
indistinta visão em céu revolto,
um minuto me baste e a minhas obras.


Carlos Drummond de Andrade



17 comentários:

  1. Num minuto a diferença entre o êxtase e a imensa desilusão.
    Bjs

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  2. Profunda reflexión. Te mando un beso.

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  3. One minute in time is all it takes for so many things Maria.

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  4. Bom dia Maria,
    Magnífico poema para reflexão.
    Beijinhos e um ótimo dia.
    Ailime

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  5. Muito linda a poesia! Ótimo dia! beijos, chica

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  6. Perfect text for a great picture.

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  7. Um soneto interessante de CDrummond, em estilo clássico modernizado...
    Agradeço.
    Beijinhos
    ~~~~

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  8. Tempo. Toda gente fala no tempo e na importância (e falta) dele. Aqui está uma bela reflexão de Carlos Drummond de Andrade.

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  9. Gosto imenso de Drummond de Andrade, de quem tenho lido muitos poemas, mas não conhecia este.
    Abraço e saúde

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  10. Um magnífico soneto de um grande poeta.
    Obrigado pela partilha.
    Continuação de boa semana.
    Um beijo.

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  11. Un poema maravilloso.

    Saludos.

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  12. Maria uma grande reflexão em forma de poesia, bjs.

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  13. Gostei de ler este excelente poema de Carlos Drummond de Andrade.
    Uma optima escolha que nos faz ficar em reflexão..
    Continuação de boa semana.
    Um beijo.
    :)

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  14. Good and meaningful poem. Thanks for sharing Maria :)

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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