Seus olhos tão negros, tão
belos, tão puros,
De vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas dormentes
Do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta
De noite cantando, — mais doce que a frauta
Quebrando a solidão,
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
Brincando a sorrir.
São meigos infantes, brincando, saltando
Em jogo infantil,
Inquietos, travessos; — causando tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um momento,
Com modo gentil.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,
Às vezes vulcão!
Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco,
Tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto humedece
Me fazem chorar.
Assim lindo infante, que dorme tranquilo,
Desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
Não pensa — a pensar.
Nas almas tão puras da virgem, do infante,
Às vezes do céu
Cai doce harmonia duma Harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto co'um véu.
Quer sejam saudades, quer sejam desejos
Da pátria melhor;
Eu amo seus olhos que choram em causa
Um pranto sem dor.
Eu amo seus olhos tão negros, tão puros,
De vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem tão doce harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia,
Com tanto pudor.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.
António Gonçalves Dias
De vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas dormentes
Do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, — mais doce que o nauta
De noite cantando, — mais doce que a frauta
Quebrando a solidão,
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
Brincando a sorrir.
São meigos infantes, brincando, saltando
Em jogo infantil,
Inquietos, travessos; — causando tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um momento,
Com modo gentil.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,
Às vezes vulcão!
Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco,
Tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto humedece
Me fazem chorar.
Assim lindo infante, que dorme tranquilo,
Desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
Não pensa — a pensar.
Nas almas tão puras da virgem, do infante,
Às vezes do céu
Cai doce harmonia duma Harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto co'um véu.
Quer sejam saudades, quer sejam desejos
Da pátria melhor;
Eu amo seus olhos que choram em causa
Um pranto sem dor.
Eu amo seus olhos tão negros, tão puros,
De vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem tão doce harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia,
Com tanto pudor.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.
António Gonçalves Dias
que lindo poema de Gonçalves Dias!!!
ResponderEliminargrande abraço.
:o)
Teus olhos castanhos
ResponderEliminarDe encantos tamanhos
Boa semana
Bonito poema!
ResponderEliminarBoa semana!
: )
Beautiful poetry, a charming picture, one should only wish a wonderful week. Regards Maria :)
ResponderEliminarLovely words.
ResponderEliminarBeautiful, dreamlike image.
ResponderEliminar--♥
ResponderEliminarBom dia Maria.
ResponderEliminarUm belo poema. Uma feliz semana. Beijos.
What a lovely poem Maria. There is a Russian song "Black eyes" about the charming woman's black eyes.
ResponderEliminarBoa tarde Maria,
ResponderEliminarUm poema lindo de um autor que ainda não conhecia.
Obrigada pela partilha.
Um beijinho e uma boa semana.
Ailime
Lindo demais!
ResponderEliminarBeijinho Maria
Desconhecia e GOSTEI de ler... Bj
ResponderEliminarMuy bonito. Un beso.
ResponderEliminarBom dia Maria,
ResponderEliminarUma excelente escolhha, Lindos sõ os poemas de Gonçalves Dias, reporou-me ao empo escolar.
Feliz feriado , feliz mês mariano.
Bjss!
Bom dia o poema é lindo, está muito bem construindo, desconhecia o poema e o autor do mesmo, peço desculpa, não conhecia, nunca ouvi falar do António Gonçalves Dias.
ResponderEliminarAG
A nice poem.
ResponderEliminarAll the best Jan
Simplesmente adorei o poema! Belíssima escolha! Desconhecia o autor!
ResponderEliminarPeço desculpa não comentar em todos os seus posts, mas nem sempre consigo!
Beijo!