05/04/2019

Por aí Além - Poema Carlos Drummond de Andrade





Deixa um momento o asfalto, vem comigo,
entre jogos de sombra e claridade
conhecer a cintura da cidade.

Respira a plenitude do silêncio
destes montes e montes sucessivos
que ignoram a dor dos seres vivos.

Mergulha no mistério vegetal
da mata exuberante, onde as lianas
e as bromélias se calam, soberanas.

E na imobilidade do saveiro
diante da igrejinha, vai sentindo
o que é doçura e paz na hora fluindo.


Carlos Drummond de Andrade
in ‘Poesia Errante'



10 comentários:

  1. Muito lindo esse poema! Gostei! beijos, ótimo fds! chica

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  2. Muito bonito!

    Mergulhar no mistério vegetal é perfumar um pouco o nosso caminho.

    Bom fim-de-semana, amiga!

    beijinhos.

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  3. Já li o livro Poesia Errante, e achei fantástico. Carlos Drummond de Andrade foi um poeta fantástico.

    Beijinhos e um excelente fim-de-semana

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  4. Do pouco que conheço de Carlos Drummond gosto muito! Este texto desconhecia!
    Continue sempre a trazer-nos destas pérolas.
    Bom fim de semana!
    :-*

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  5. Beautiful words and image.

    All the best Jan

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  6. Belíssimo poema, do grande Carlos Drummond de Andrade.
    Parabéns, Maria, pela escolha das imagens, sempre maravilhosas.
    Beijo.

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  7. Só errante a poesia se cumpre. Tão bonito!

    Beijo.

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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