21/02/2018

Soneto à Lua - Poema de Vinicius de Moraes





Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, que és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?

Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?

Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:

E és tampouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!


Vinicius de Moraes



4 comentários:

  1. Mais um belo poema que é aqui publicado e partilhado connosco.
    Bom resto de semana.

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  2. Oi Maria,
    Que linda poesia para a minha musa inspirador: a Lua
    Só poderia ser Vinicius de Moraes.
    Você tem muito bom gosto
    Beijos
    Lua Singular

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  3. Um poema com muito a refletir e voar na imaginação... Sempre lembrado Vinicius de Moraes!
    Um abraço

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  4. Lindo soneto ,gostei muito ,beijinhos querida amiga felicidades

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