04/10/2010

Madrugada no campo - Poema de Cecília Meireles


Com que doçura esta brisa penteia
a verde seda fina do arrozal
Nem cílios, nem pluma, nem lume de lânguida
lua, nem o suspiro do cristal.

Com que doçura a transparente aurora
tece na fina seda do arrozal
aéreos desenhos de orvalho! Nem lágrima,
nem pérola, nem íris de cristal...

Com que doçura as borboletas brancas
prendem os fios verdes do arrozal
com seus leves laços! Nem dedos, nem pétalas,
nem frio aroma de anis em cristal.

Com que doçura o pássaro imprevisto
de longe tomba no verde arrozal!
Caído céu, flor azul, estrela última:
súbito sussurro e eco de cristal.

Cecília Meireles 



8 comentários:

  1. Todo o poema é feito de cristal
    tão belo e tão singelo como a madrugada
    com um pinguinho de luz divinal
    eco de natureza, em seda, sussurrada...

    beijinho com carinho e boa semana

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  2. Amiga Maria. A poesia de Cecilia é um gosto ler,a considero como a nossa Shopia Mello Bryner,simples e majestosa.Adorei.
    Beijinho e bs

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  3. Com que doçura esta brisa penteia
    a verde seda fina do arrozal

    Maravilha poetica...

    Beijo

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  4. Lindo poema Maria.
    Cecília Meireles era uma grande poetisa.

    Beijos.
    Fernanda.

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  5. Que maravilha de poema amiga...
    Tenha uma semana plena de alegrias e serenidade...fique com meu carinho...beijinhos...
    Valéria

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  6. Grande Cecília,belas palavras!!!

    Beijos de passarinho!!!

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  7. Querida amiga, Cecília era pura doçura, difícil escolher um poema ou poesia dela, que não seja maravilhoso. Beijocas

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  8. Olá, querida amiga Maria
    Sua delicada presença fez ainda mais doce o meu coquetel... me deixou contente e agraciada. Obrigada de coração.
    Seja feliz e abençoada!!!
    Abraços fraternos e o meu carinho de sempre.

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