17/11/2013

4 Carta ao Mar - Poema de António Gomes Leal

Carta ao Mar

Deixa escrever-te, verde mar antigo,
Largo Oceano, velho deus limoso,
Coração sempre lírico, choroso,
E terno visionário, meu amigo!


Das bandas do poente lamentoso
Quando o vermelho sol vai ter comtigo,
- Nada é mais grande, nobre e doloroso,
Do que tu, - vasto e húmido jazigo!


Nada é mais triste, trágico e profundo!
Ninguem te vence ou te venceu no mundo!...
Mas tambem, quem te pode consolar?!


Tu és Força, Arte, Amor, por excelência! -
E, com tudo, ouve-o aqui, em confidência;
- A Musica é mais triste inda que o Mar!

António Gomes Leal, in 'Claridades do Sul'



“Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.” (Fernando Pessoa)
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2 ♫ Beethoven - Moonlight Sonata ♫







“A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição.” Aristóteles

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14/11/2013

7 Divagar pelos JARDINS e PALÁCIOS de Peterhof


Foto: Pessoal


Na proximidade da cidade de Peterhof, na costa sul do Golfo da Finlândia a cerca de trinta quilómetros da antiga capital russa, São Petersburgo, localizam-se os maravilhosos jardins e Palácios de Peterhof.


Foto: www.russianTourguide.com


O conjunto de palácios e jardins, juntamente com o Centro Histórico de São Petersburgo, fazem parte do Património Mundial da UNESCO.

Peterhof, que significa em alemão "Corte ou Jardim de Pedro" é um conjunto de palácios e jardins, distribuidos sob as ordens de Pedro, o Grande, sendo muitas vezes designado por "Versailles Russo".


Foto: Pessoal


O parque Peterhof de cerca de 1000 hectares, com uma densa vegetação, abriga vários palacetes, villas, pavilhões, esculturas, bem como mais de cento e vinte fontes, todas elas de grande beleza, arte e imponência.


Foto: Pessoal


Do centro do Peterhof partem, radialmente, cinco avenidas que se dirigem para o mar: as quatro laterais, duplas,conduzem aos pavilhões de Monplaisir e do Ermitage; a central ladeia a parte esquerda do canal e conduz a um pequeno pórtico.


A menos de 100 metros das margens do Golfo da Finlândia e no alto da colina com vista para o mar, ergue-se o Grande Palácio. O Grande Palácio (Bolshoi Dvorets), é um dos mais belos e ricos palácios de toda a Rússia, sendo também conhecido como o Palácio de Verão, pois era o lugar onde os Czares gostavam de passar os verões. O núcleo original do Grande Palácio foi criado para Pedro I da Rússia, pelo francês Alexandre Le Blond. Este edifício passou a dominar o soberbo declive do Parque Inferior a partir de 1725, disposto para entreter e acolher os ócios estivais do casal Imperial, embora por pouco tempo, uma vez que Pedro faleceu nesse mesmo ano.


Foto: Pessoal


No extremo da fachada encontra-se a capela do Palácio Peterhof. Foi esta a igreja baptismal tradicional, utilizada pelo czar Nicholas e Alexandra, para batizar os seus filhos.



Foto:Pessoal


A Norte, em suave declive para o mar, cortado verticalmente pelo Canal Marítimo (Morskoi Kanal), abrem-se os Jardins Inferiores , um amplo terreno com 1,02 km quadrados, cheio de caminhos e veredas e povoado com abetos, bétulas, amieiros, tílias, árvores de fruto e vários tipos de arbustos de adorno.


A maior parte das fontes de Peterhof estão contidas nestes jardins, assim como vários pavilhões e belos edifícios.


Os Jardins Superiores  à semelhança dos inferiores também contêm várias fontes, de salientar a fonte de Carvalho (Oak fountain), e a fonte se Neptuno (Neptune fountain).


Foto: Foto: wikipedia_Author_Yair Haklai


Os jardins superiores, cobrindo cerca de 15 hectares (40 acres), foram concebidos como uma espécie de abordagem formal para o Grande Palácio, cobrindo toda a extensão da fachada sul. O seu ajardinamento, é completamente diferente dos Jardins Inferiores, estando feitos de acordo com leis de simetria.


Abaixo da fachada Norte do Grande Palácio fica a Grande Cascata (Bolshoi Kaskad), que se estende através do Canal Marítimo até ao Báltico, um dos mais extensos trabalhos de água do período Barroco, o qual divide os Jardins Inferiores. No centro da cascata fica uma gruta artificial com duas escadarias, coberta no exterior e no interior com pedra castanha talhada. A gruta liga-se ao palácio por um corredor dissimulado. As fontes da Grande Cascata estão localizadas abaixo da gruta, de cada um dos seus lados. As suas águas fluem para um tanque semi-circular, o final do Canal Marítimo alinhado com a fonte.


Foto: wikipedia_a.savin


Na década de 1730, a grande Fonte de Sansão foi colocada no tanque. Esta tem um duplo simbolismo ao descrever o momento em que as lágrimas de Sansão abrem as mandíbulas do leão, representando a vitória da Rússia sobre a Suécia na Grande Guerra do Norte. A partir das mandíbulas do leão ergue-se um jacto de água vertical com vinte metros de altura, o mais alto de Peterhof. Esta obra de mestre, concebida por Mikhail Kozlovsky, foi pilhada pelos invasores alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Uma réplica da estátua foi instalada em 1947.


Foto: Pessoal


Provavelmente, a maior realização tecnológica de Peterhof consiste no facto de todas as fontes funcionarem sem o uso de bombas. A água é fornecida por nascentes naturais e recolhida em reservatórios situados nos Jardins Superiores. A diferença de elevação cria a pressão que activa as fontes dos Jardins Inferiores, incluindo a Grande Cascata. A Fonte de Sansão é abastecida por um aqueduto especial com mais de 4 km., o qual garante água e pressão a partir de uma fonte mais elevada.

A mesma colina que providencia o cenário para a Grande Cascata aloja duas outras cascata muito diferentes. A Oeste do Grande Palácio fica a Montanha Dourada (Zolotaia Gora), decorada com estatuária em mármore que contrasta com as desordenadas figuras douradas da Grande Cascata. A Este fica a Montanha de Xadrez (Chess Cascade), uma larga queda de água inclinada, cuja superfície é coberta por telhas pretas e brancas, como um tabuleiro de xadrez.


Foto: Pessoal


Duas das mais antigas fontes, que sobreviveram à guerra e que mantêm o seu caráter arquitetônico original, são a fonte "Adão" e "Eva". Estas duas fontes ocupam posições simétricas em cada lado do Canal Marítimo, cada uma na conjunção de oito caminhos. Cada uma tem 16 jatos e estão rodeadas por piscinas octogonais.


Foto: Pessoal

A abertura oficial das fontes em Peterhof, o que normalmente ocorre no final de maio, é um festival durante todo o dia, com música clássica, fogos de artifício e outras performances, como cada sessão de fontes do parque está ligado um por um.

A Este dos Jardins Inferiores encontra-se no estilo inglês o Parque de Alexandria , com as suas estruturas neogóticas do século XIX, ocupando uma área de 115 hectares. Em agosto 1825 o Imperador Alexandre Iofereceu esta terra para o seu irmão Nicholas, que foi coroado imperador, quatro meses depois e deu de presente para a sua esposa Alexandra, daí o nome da propriedade. O parque de Alexandria foi criado sob a supervisão dos arquitetos Adam Menelaws, José Carlos Magno, Andrei Stakenschneider e Eduard Gahn, e os mestres jardineiros Friedrich Wendelsdorf e Peter Ehrler. É neste parque que se ergue o Pavilhão de Nicolau I e a Capela Gótica (Gothic Chapel - Church of St Alexander Nevsky), mandada construir pelo mesmo monarca.

Os jardins de Peterhof com as suas cascatas, fontes e palácios, conjugando toda a envolvência da natureza com a mestria e arte do homem, são um deslumbre para os ollhos e para a alma.


Foto:Pessoal


Site Oficial: Saint-Petersburg

Fontes e Fotos: Wikipedia; http://www.saint-petersburg.com/; http://wikitravel.org/en/Peterhof; http://about-st-petersburg.com/; http://st-petersburg-tours.ru/peterhof/; st-petersburg-tours.ru; www.panoramio.com; www.inyourpocket.com; http://www.ticketsofrussia.ru/; foundwalls.com; www.Trekearh.com; outros net

Poderá ver este post completo no meu blogue de viagens “Viajar é alargar os nossos Horizontes” em: JARDINS e PALÁCIOS de Peterhof

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12/11/2013

7 Alvorecer - Poema de Florbela Espanca



Alvorecer

A noite empalidece. Alvorecer...
Ouve-se mais o gargalhar da fonte...
Sobre a cidade muda, o horizonte
É uma orquídea estranha a florescer.

Há andorinhas prontas a dizer
A missa d'alva, mal o sol desponte.
Gritos de galos soam monte em monte
Numa intensa alegria de viver.

Passos ao longe... um vulto que se esvai...
Em cada sombra Colombina trai...
Anda o silêncio em volta a q'rer falar...

E o luar que desmaia, macerado,
Lembra, pálido, tonto, esfarrapado,
Um Pierrot, todo branco, a soluçar...



Florbela Espanca



"A poesia está na alma, como o rouxinol está nos ramos." (Alfred de Musset)

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