16/10/2025

A Avó - Poema de Olavo Bilac




A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha!...
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.

Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,
E cochila a noite inteira.

Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala...
Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando...

A velha acorda sorrindo,
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.

Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos, doirados.

Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
“Ó vovó! conte uma história!
Conte uma história bonita!”

Então, com frases pausadas,
Conta historias de quimeras,
Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas...

E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem...


Olavo Bilac




12 comentários:

  1. Lovely poem, the children liven her up.

    ResponderEliminar
  2. Poesia da avó muitro linda! Bilac maravilhoso! A imagem perfeita!
    beijos praianos, chica

    ResponderEliminar
  3. Même traduit, ce poème reste très beau.
    Comme ton illustration de cette belle grand-mère.
    Merci pour toute cette douceur.
    Bisous et bonne journée, Maria.

    ResponderEliminar
  4. grannies are important persons to us

    ResponderEliminar
  5. That reminded me that here in Finland it was in the news that a 95-year-old lady is still competing in orienteering.

    ResponderEliminar
  6. Un poema en el que muchas abuelas están reflejadas, en especial aquellas que tienen sus nietos cerca y si los tienen un poco mas lejos estoy seguro que cuando estén cerca hacen lo mismo.

    Saludos.

    ResponderEliminar
  7. Belo poema e uma bonita homenagem a todas as avós!
    Bom fim de semana.
    https://rabiscosdestorias.blogspot.com

    ResponderEliminar
  8. Olá, Maria
    Lindo poema, lembrei da minha avó que era um doce de pessoa, tão meiga, bjs querida.

    ResponderEliminar

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

Topo