27/03/2020

Saudades - Casimiro de Abreu




Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!

Nessas horas de silêncio,
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.

Então — proscrito e sozinho —
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra.
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
— Saudades — dos meus amores,
— Saudades — da minha terra!



Casimiro de Abreu




12 comentários:

  1. Eu sou dos tais que só tem saudades do futuro.
    Bjs, bfds

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  2. Very lovely.
    Take care, be safe and stay well.

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  3. Querida Maria
    Um belo poema!
    No seu outro blogue, não consigo deixar comentário.
    Bela escolha! Também andamos todos cheios de saudades de um outro tempo...
    Um beijinho
    Beatriz

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  4. Muy bonito poema. Besitos y salud.

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  5. Um poema muito tocante e bonito... Saudades, o mundo inteiro está vivendo com grande intensidade...
    Meu carinho, Maria, e o desejo de muita paz, saúde e força p você e família...

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  6. Fantástica escolha! Amei!!
    -
    Tudo se recomeça...
    -
    Beijos. Bom fim de semana!

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  7. Boa tarde de paz e saúde, querida amiga Maria!
    Tive uma tia que morava que morava no lugar chamado Casimiro de Abreu.
    Deu-me saudade agora, querida.
    Lindo poema que fala dum sentimento muito atual para todos.
    Tenha dias abençoados e felizes com a proteção do vírus!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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  8. Gostei de ler esse belo poema, amiga Maria, desejo para si um bom fim de semana, vivido com saúde, paz, amor e alegria. Um abraço.

    Numa corrida contra o tempo,
    valhas-nos o Santo milagroso
    para nos aliviar o sofrimento
    neste momento, tão, doloroso!

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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