ESPADA entre flores,
Rochedo nas águas,
Assim firmes, duras,
Entre as coisas fluídas,
Fiquem as palavras,
As vossas palavras.
Pois se por acaso
Dentro dos sepulcros
Acordassem as almas
E em sonhos confusos
Suspirassem rumos
De história passadas
E houvesse um tumulto
De ânsias e de lágrimas,
- lembrassem as lágrimas
caídas no mundo
nas noites amargas
cercadas dos muros
das vossas palavras.
Todas as palavras
Nos espelhos puros
Que a memória guarda,
Fique o rosto surdo,
A música brava
Do humano discurso.
De qualquer discurso.
Só de morte exata
Sonharão os justos,
Saudosos de nada,
Isentos de tudo,
Pascendo auras claras,
Livres e absolutos,
Nos campos de prata
Dos túmulos fundos.
No meio das águas,
Das pedras, das nuvens,
Verão as palavras:
Estrelas de chumbo,
Rochedos de chumbo.
A cegueira da alma.
O peso do mundo.
Adeus, velhas falas
E antigos assuntos!
Cecília Meireles
Olá Maria
ResponderEliminarLindo este poema de Cecília Meireles nada melhor para começar um dia de trabalho ao ler algo de tão belo. Obrigado por mais esta partilha.
Beijo
Lindo e harmonioso poema. palavras, palavras sempre belas.
ResponderEliminarMuito belo.
Olá Maria!
ResponderEliminarBelo poema De Cecilia Meireles!!!Parabéns pela escolha...
Beijinhos de carinho e amizade,
Lourenço
Maravilhosa essa poesia de Cecilia Meireles!A cegueira da alma...sempre reflexivo poetar!Bjs,
ResponderEliminarLindo e harmonioso poema que leio com a alma e o guardo em meu coração.
ResponderEliminarUm abraço.
....
ResponderEliminarOlá, amiga!
Parabéns pela escolha do poema.
A poesia de Cecília Meireles é, de facto, especial.
Um abraço
Cecília sempre disse tudo de forma tão simples e leve, mas nunca deixou de dizer o que realmente queria...
ResponderEliminarAbraços
Querida Maria,
ResponderEliminaradorei o poema; muito belo mesmo.
Obrigado por o partilhar comnosco.
Beijinho