O nosso país tem belíssimos monumentos, cidades maravilhosas e paisagens sublimes que merecem ser visitadas e admiradas, mas como nem sempre é possível viajar, pelo menos podemos apreciar em fotografia, alguns desses locais espectaculares e que foram considerados pela "UNESCO" como “Património da Humanidade”.
Património português classificado pela UNESCO como Património da Humanidade:
Hoje vou apresentar: o Convento Cristo, Tomar, classificado como património da humanidade pela UNESCO desde 1983.
O Convento de Cristo, em Tomar, foi fundado em 1162 pelo Grão-Mestre dos Templários, Dom Gualdim Pais. Começou com a construção do Castelo Templário em 1160, em simultâneo com a edificação da Charola jóia de arquitectura sacra (inspirada no Santo Sepulcro de Jerusalém), oratório Templário, terminado no final do século XII.
É um dos principais monumentos da arquitectura nacional do séc. XII, que pertenceu à Ordem do Templo que foi extinta em 1312, mas os seus bens e, em parte, a sua vocação, foram transmitidos, em Portugal, à Ordem de Cristo, criada em 1319. Sob os auspícios de D. Dinis é, então, fundada a "Ordem dos Cavaleiros de Cristo", a qual foi durante quatro anos negociada pelo monarca com a Santa Sé, e veio a integrar pessoas e bens da extinta Ordem do Templo.
É com a Ordem de Cristo que a nação portuguesa se abre para a empresa das descobertas marítimas do séc. XV. Tomar é, então, sede da Ordem, e o Infante D. Henrique o seu Mestre. Com a expansão da fé cristã e do reino, também a sede da Ordem de Cristo cresce.
Durante o governo do infante D. Henrique foram construídos dois claustros góticos no Convento.
D. Manuel, Rei e Governador da Ordem de Cristo, beneficiando das riquezas de além-mar, que o início do século XVI ocasiona, transforma o Convento de Tomar com novas construções e inicia um discurso decorativo que celebra a mística da Ordem de Cristo e da Coroa Portuguesa numa grandiosa alegoria de poder, fé e glória. A igreja templária é prolongada para Ocidente por uma construção que serviria o Capítulo da Ordem.
Profusamente impregnada pela simbólica dos Cavaleiros de Cristo, esta construção aloja na sua fachada ocidental a famosa Janela da Sala do Capítulo, de Diogo de Arruda (cerca de 1510) e o mais conhecido exemplo de arquitectura manuelina. Como numa revelação, toda a mística da Epopeia se desvenda na pedra: ondas, cordas, animais fantásticos, anjos, reis, esferas armilares, a cruz de Cristo.
Mais tarde, D. João III pretende fazer profundas mudanças na Ordem, alterando as suas Regras e transformando os Cavaleiros em monges contemplativos; é a partir deste reinado que se iniciam importantes trabalhos de ampliação do Convento, transformando-o numa sumptuosa obra de arquitectura, mais tarde rematada com o magnífico Aqueduto dos Pegões, que Filipe II de Espanha manda edificar.
Esses trabalhos vão continuar através de vários reinados, até ao século XVIII, deixando marcas de diversas tendências artísticas.
O Convento de Cristo encerra no seu conjunto arquitectónico testemunhos da arte do Românico, templária, do Gótico e do Manuelino, ao tempo das Descobertas, do Renascimento joanino, do Maneirismo, nas suas várias facetas e, por fim, do Barroco, presente em vária ornamentação arquitectónica.
O núcleo do mosteiro é a Charola, é o centro do conjunto de edificações, culminando-as visualmente. A norte e a este estão a Sacristia, os claustros do Cemitério e da Lavagem (onde se procedia aos trabalhos de limpeza e manutenção das roupas dos monges), as ruínas dos Paços, as Enfermarias e ainda a Sala dos Cavaleiros e a Botica.
É composta por vários Claustros como o Claustro de D. João III, Claustro das Lavagens, Claustro de D. Henrique, Claustro de Stª Bárbara, Claustro da Micha (onde se distribuía alimento aos pobres), Claustro das Hospedarias (onde o convento albergava os seus convidados ou os caminheiros em viagem) , Claustro dos Corvos e Claustro do Cemitério.
Do Claustro de Stª Bárbara para chegar ao Claustro dos Corvos passa-se pelos velhos açougue, cozinha, forno, casa de lenha e refeitório, este é rectangular, com abóbada de berço com nervuras formando caixotões quadrados.
Iniciado nos anos 50 do século XVI, provavelmente por Diogo de Torralva, o Grande Claustro reflecte a paixão de D. João III pela arte italiana.
Escadas em espiral ocultas nos cantos conduzem ao Terraço da Cera.
O Convento de Cristo ainda tem uma área de floresta e cultivo de plantas conhecida por Mata dos Sete Montes.
Os séculos e a história de Portugal deixaram, na arquitectura do Convento, testemunhos do tempo e dos homens que lideraram os destinos de Portugal. É um monumento grandioso que encerra inúmeras maravilhas, um local sagrado onde a mística e a simbologia templária estão presentes em cada recanto, um monumento que merece sem sombra de duvida uma visita.
Fontes: http://www.culturaonline.pt/; Wikipedia: http://www.ippar.pt/; www.turismodeportugal.pt; http://tomar-actual.net/; http://www.visitportugal.com/
Fotos: Pessoais
"Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro." (Albert Camus)
Maria querida, que beleza de arquitetura, sentimos realizados em ver coisas tão belas só temo de te agradecer, um dia boderemos velas pessoalmente, nada é impossivel, ja sabemos ondem encontralas, gaças a vc amiga. um abraço carinhoso. Celina.
ResponderEliminarOlá Maria: Eu conheço o convento de Cristo em tomar porque passei algum tempo no Entroncamento e fui várias vezes a tomar e visito o convento mas é um lindo roteiro turistico para quem não conhece.
ResponderEliminarUm Beijo
Santa Cruz
Querida amiga, quantos tesouros maravilhosos Portugal guarda...Lindas fotos...Beijocas
ResponderEliminarMaria querida que lindo...estilo arquitetônico fantástico...adorei...
ResponderEliminarBeijos...
Valéria
Viajei sem sair daqui...Obrigada pela riqueza de detalhes. Bjs.
ResponderEliminarOla Maria.. Gostei imenso.. Mas que belo Convento que temos...
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