17/05/2009

Os nossos filhos


Hoje o meu filho fez a 1ª Comunhão e por isso fui ao cabeleireiro, é sempre agradável podermos ter um "tempinho" só para nós, não é habitual eu ir, por um lado porque é uma despesa dispensável (nos tempos que correm há que gerir bem o nosso orçamento) e por outro porque tempo é algo que não me sobra muito, mas hoje fui porque era um dia muito Especial.

Enquanto esperava a minha vez, não pude deixar de ouvir uma conversa que decorria mesmo ao meu lado, entre duas amigas (que pelo que entendi, já não se viam à muito tempo).
Uma das senhoras estava visivelmente nervosa, denotava um ar cansado e nitidamente estava a atravessar um período de grande stress. Falava da sua vida, de como não se sentia bem nem fisicamente nem mentalmente, dizia ser para ela muito complicado conseguir gerir a profissão e a família. Tinha uma filha de 20 anos que não a ajudava em casa, a sua afirmação foi "se ela (a filha) vir um objecto no chão não apanha, limita-se a levantar a perna, passar por cima e seguir o caminho dela", a filha mais nova tinha 9 anos e era muito rebelde, teimosa e era um problema para ela ir estudar.
A amiga ouviu e aconselhou-a a tirar uns dias de férias, ao que a senhora respondeu que isso não ajudaria, pois ao regressar os problemas mantinham-se.
Ao ouvir esta conversa, eu pensei em como a situação por que aquela senhora estava a passar, eu também já tenho passado e como por vezes também eu desesperava, mas hoje compreendi, que afinal os nossos filhos não são "piores" que os outros, são apenas crianças e jovens que estão a passar por uma certa fase da sua vida e que por isso têm os seus pontos altos e baixos, comuns nessas faixas etárias.

Gostaria de ter dito aquela mãe (que parecia tão angustiada), que as filhas dela tinham um comportamento idêntico ao de tantos outros filhos, mas não seria correcto eu intervir numa conversa que não me era dirigida.
Por isso, a pensar em outras mães que estão a passar por esta situação, lembrei-me de escrever estas linhas, para que possam sentir que não estão sós e que nos momentos "menos bons", se lembrem que os nosso filhos são iguais a tantos outros, estão apenas a crescer e a aprender, cabe-nos a nós ter paciência e ensiná-los as vezes que forem necessárias, para que saibam no futuro qual o caminho certo a percorrer.



"Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho" (M.Gandhi)

1 comentário:

  1. Olá Maria,

    Como filha concordo plenamente com o que escreveu. Por vezes sinto que podia fazer muito mais para ajudar a pessoa mais importante da minha vida, a minha Mãe.

    Aproveito também para dizer que a minha mãe é o meu maior orgulho e devemos sempre dizer às nossas mães o quão importante elas são para nós.

    Não me considero uma "má" filha mas sei que sou capaz de ser bem melhor :)

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