Tejo que levas as águas
Correndo de par em par
Lava a cidade de mágoas
Leva as mágoas para o mar
Lava-a de crimes espantos
De roubos fomes terror
Lava a cidade de quantos
Do ódio fingem amor
Lava bancos e empresas
Dos comedores de dinheiro
Que dos salários de tristeza
Arrecadam lucro inteiro
Lava palácios vivendas
Casebres bairros da lata
Leva negócios e rendas
Que a uns farta e a outros mata
Leva nas águas as grades
De aço e silêncio forjadas
Deixa soltar-se a verdade
Das bocas amordaçadas
Lava avenidas de vícios
Vielas de amores venais
Lava albergues e hospícios
Cadeias e hospitais
Afoga empenhos favores
Vãs glórias, ocas palmas
Leva o poder dos senhores
Que compram corpos e almas
Das camas de amor comprado
Desata abraços de lodo
Rostos corpos destroçados
Lava-os com sal e iodo
Tejo que levas as águas
Correndo de par em par
Lava a cidade de mágoas
Leva as mágoas para o mar.
Manuel da Fonseca,
Poemas para Adriano, 1972
Correndo de par em par
Lava a cidade de mágoas
Leva as mágoas para o mar
Lava-a de crimes espantos
De roubos fomes terror
Lava a cidade de quantos
Do ódio fingem amor
Lava bancos e empresas
Dos comedores de dinheiro
Que dos salários de tristeza
Arrecadam lucro inteiro
Lava palácios vivendas
Casebres bairros da lata
Leva negócios e rendas
Que a uns farta e a outros mata
Leva nas águas as grades
De aço e silêncio forjadas
Deixa soltar-se a verdade
Das bocas amordaçadas
Lava avenidas de vícios
Vielas de amores venais
Lava albergues e hospícios
Cadeias e hospitais
Afoga empenhos favores
Vãs glórias, ocas palmas
Leva o poder dos senhores
Que compram corpos e almas
Das camas de amor comprado
Desata abraços de lodo
Rostos corpos destroçados
Lava-os com sal e iodo
Tejo que levas as águas
Correndo de par em par
Lava a cidade de mágoas
Leva as mágoas para o mar.
Manuel da Fonseca,
Poemas para Adriano, 1972
Que lindo poema!!
ResponderEliminarPrecioso poema. Te mando un beso.
ResponderEliminarVery nice Maria.
ResponderEliminarBela escolha poética para ilustrar o olhar azul!!! Bom sábado Maria
ResponderEliminarMagnifico Poema de Manuel da Fonseca e que aqui bem partilhas. A Poesia é arte e vida.
ResponderEliminarObrigado, Maria.
Beijo
SOL da Esteva
This poem is very beautiful!
ResponderEliminarPoema encantador, muito bem apresentado por ti!
ResponderEliminarLindo fds! beijos, chica
Thanks for your sharing...
ResponderEliminarUna bella poesía dedicada al tajo.
ResponderEliminarSaludos.
Poema encantador que me fascinou ler
ResponderEliminar*
Sábado com Saúde, Paz e Amor.
*/*
Lava a cidade de mágoas
ResponderEliminarLeva as mágoas para o mar.
Olá, querida amiga Maria!
Amei os versos recortados acima, perfeitos...
O mar leva o mal e nos devolve o bem.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos com carinho
Precioso poema, con una buena fuente de inspiración.
ResponderEliminarUn abrazo
É um excelente poema e uma canção inesquecível.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom domingo
Precioso poema dedicado a nuestro río Tajo. Besos.
ResponderEliminarUn poema social muy profundo ...hoy por hoy cuanto no se necesita la lluvia para lavar tanto dolor y tanto abuso...que fuera así de fácil que llueva y todo lo malo desaparezca ...pero no es así...a veces el agua arrasa todo , muchos se quedan sin nada y más de las veces son los más necesitados , los abusados los que sufren todo esa bataola de tempesatad...pero en el poema se espera que al fin la lluvia nos libere de todo lo que daña...
ResponderEliminarUn abrazo.