Eis-nos mortas, de rastos, pelo chão!
E fomos belas, altas e frondosas;
E demos doces frutas saborosas
Que mataram a sede e foram pão.
Em nós, cheias de enlevo e mansidão,
Fizeram ninho as aves amorosas;
Pelas sestas de Julho, a arder, piedosas,
Fomos a sombra e a voz da solidão.
Fomos o berço do homem e o seu lume;
Demos-lhe bênção, cantos e perfume;
Caixão, em nós descansa até final.
Demos a vida a quem nos tira a vida:
Mas só nos doi a ingratidão sofrida
De um mal inútil, feito só por mal!
António Correia de Oliveira
E fomos belas, altas e frondosas;
E demos doces frutas saborosas
Que mataram a sede e foram pão.
Em nós, cheias de enlevo e mansidão,
Fizeram ninho as aves amorosas;
Pelas sestas de Julho, a arder, piedosas,
Fomos a sombra e a voz da solidão.
Fomos o berço do homem e o seu lume;
Demos-lhe bênção, cantos e perfume;
Caixão, em nós descansa até final.
Demos a vida a quem nos tira a vida:
Mas só nos doi a ingratidão sofrida
De um mal inútil, feito só por mal!
António Correia de Oliveira
Um belíssimo poema de António Correia de Oliveira que nos faz pensar como tantas vezes as árvores são maltratadas, elas que nos dão tantas e tantas coisas boas.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Um poema delicioso. Extasiante, pleno de magia e verdade. Lindo mesmo
ResponderEliminar.
Deixo cumprimentos poéticos
.
Tudo isso é verdade,
ResponderEliminaro que o poeta escreveu
sem nenhuma falsidade
é assim que penso eu!
Boa noite amiga Maria e bons sonhos, um abraço,
Eduardo.
Excelente escolha de António Correia de Oliveira!
ResponderEliminarObrigado Maria, boa semana e um beijinho.
Adélia