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06/05/2017

Ao luar - Poema de Augusto dos Anjos





Quando, à noite, o Infinito se levanta
A luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha táctil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!


Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!


Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado,
Nos paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo e o Indeterminado…


Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!


Augusto dos Anjos



8 comentários:

  1. Bonito poema.
    Aproveito para desejar um bom fim de semana!

    Isabel Sá
    Brilhos da Moda


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  2. Este poema é tão bonito! Adorei

    Tenha um bom fim de semana.
    Beijinhos

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  3. que poema lindo, as palavras certas nos tocam e fazem bem para a alma!!
    Tenha um ótimo fim de semana!!
    bjss

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  4. Gostei muito deste poema de Augusto dos Anjos, autor que desconheço.
    Beijos.

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  5. Augusto dos Anjos... um poeta brilhante... adoro seus poemas, esse foi muito bem escolhido...

    Beijos...

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  6. Oi, Maria!

    Bela escolha!
    O poeta brasileiro escolhido carrega uma carga dramática intensa e utiliza-se de elementos químicos de forma singular!...
    Gosto muito!

    Beijos! =)

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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