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10/09/2016

Reflexão - Poema de Gilka Machado




Há certas almas
como as borboletas,
cuja fragilidade de asas
não resiste ao mais leve contacto,
que deixam ficar pedaços
pelos dedos que as tocam.

 
Em seu voo de ideal,
deslumbram olhos,
atraem as vistas:
perseguem-nas,
alcançam-nas,
detêm-nas,
mas, quase sempre,
por saciedade
ou piedade,
libertam-nas outra vez.

 
Ela, porém, não voam como dantes,
ficam vazias de si mesmas,
cheias de desalento...

 
Almas e borboletas,
não fosse a tentação das coisas rasas;
- o amor de néctar,
- o néctar do amor,
e pairaríamos nos cimos
seduzindo do alto,
admirando de longe!...


Gilka Machado



1 comentário:

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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