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04/09/2016

Humildade - Poema de Cora Coralina




Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura,
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.

Cora Coralina



4 comentários:

  1. Que lindo a Cora por aqui.
    Ela era toda doçura e fazia poesia como oração inspirada pelos becos da Goiás Velho.
    Vale sempre ler e reler Cora.
    Bela partilha Maria.
    Bjs.

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  2. Vim avisar que levei essa poesia daqui como semente lá naquele meu canteiro ! Espero gostes! Podes ver aqui:

    http://canteiroqueunesementes.blogspot.com.br/2016/09/59-semente-vem-da-maria-rodrigues.html


    beijos, chica

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    Respostas
    1. Minha amiga obrigado pelo seu carinho sempre presente, fiquei muito feliz por ter levado este belíssimo poema como sementinha para o seu canteiro.
      Beijinhos
      Maria

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  3. Palavras de uma extrema sensibilidade de Cora... que tanto aprecio... e que terei o prazer de reapreciar num dos blogues da Chica!...
    Beijos para ambas!
    Ana

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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