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07/12/2009

Preservar a Natureza - Combater a Poluição do AR


De todas as poluições que convivemos nos tempos actuais, a pior é e será sempre a do ar. A água poluída e a comida contaminada podem ser rapidamente avaliadas e rejeitadas, mas não podemos recusar o ar que está ao nosso redor naquele exacto momento em que o corpo exige uma nova ventilação pulmonar. Para respirar e viver com qualidade de vida precisamos de um ar limpo, sem impurezas. Porém nas cidades e no campo estamos diariamente em contacto com ar contaminado, devido à poluição causada pelos automóveis, indústrias, siderurgias ou fábricas.


Foto:www.washingtonian.com


A poluição atmosférica (ou do ar) pode ser definida como a introdução na atmosfera de qualquer matéria ou energia que venha a alterar as propriedades dessa atmosfera, afectando, ou podendo afectar, por isso, a "saúde" das espécies animais ou vegetais que dependem ou tenham contacto com essa atmosfera, ou mesmo que venham a provocar modificações físico-químicas nas espécies minerais que tenham contacto com ela.


Foto: Net

O desenvolvimento industrial e urbano tem originado em todo o mundo um aumento crescente da emissão de poluentes atmosféricos. O acréscimo das concentrações atmosféricas destas substâncias, é responsável por danos na saúde, redução da produção agrícola, danos nas florestas, degradação de construções e obras de arte e de uma forma geral origina desequilíbrios nos ecossistemas.
Em Portugal, os problemas de qualidade do ar não afectam o território de uma forma sistemática, encontrando-se localizados em algumas áreas onde é maior a concentração urbana e a presença de grandes unidades industriais (Sines, Setúbal, Barreiro-Seixal, Lisboa, Estarreja e Porto). No entanto, a poluição do ar, devido às características da circulação atmosférica e devido à permanência de alguns poluentes na atmosfera por largos períodos de tempo, apresenta um carácter para além fronteiras e é responsável por alterações ao nível planetário, o que obriga à conjugação de esforços a nível internacional.




Actualmente, quase todas as grandes cidades do mundo sofrem os efeitos nocivos da poluição do ar.

Fontes Poluidoras

Destacam-se, pelas suas emissões, as Unidades Industriais e de Produção de Energia, as refinarias, fábricas de pasta de papel, siderurgias, cimenteiras e indústria química e de adubos.

A utilização de combustíveis para a produção de energia é responsável pela maior parte das emissões de SOx e CO2 contribuindo, ainda, de forma significativa para as emissões de CO e NOx.

O uso de solventes em colas, tintas, produtos de protecção de superfícies, aerossóis, limpeza de metais e lavandarias é responsável pela emissão de quantidades apreciáveis de Compostos Orgânicos Voláteis.


Foto: Net

Existem outras fontes poluidoras que, em certas condições, se pode revelar importantes, tais como:

● A queima de resíduos urbanos, industriais, agrícolas e florestais, feita muitas vezes, em situações incontroladas. A queima de resíduos de explosivos, resinas, tintas, plásticos, pneus é responsável pela emissão de compostos perigosos.
● Os fogos florestais são, nos últimos anos, responsáveis por emissões significativas de CO2.
● O uso de fertilizantes e o excesso de concentração agropecuária, são os principais contribuintes para as emissões de metano, amoníaco e N2O.
● As indústrias de minerais não metálicos, a siderurgia, as pedreiras e áreas em construção, são fontes importantes de emissões de partículas.
● Os transportes rodoviários, são uma fonte importante de poluentes, devido essencialmente às emissões dos gases de escape, mas também como resultado da evaporação de combustíveis. São os principais emissores de NOx e CO, importantes emissores de CO2 e de COV, além de serem responsáveis pela emissão de poluentes específicos como o chumbo.




A poluição prejudica os ecossistemas e o património histórico e cultural em geral.

Consequências

Efeitos sobre a saúde humana


A poluição atmosférica afecta o sistema respiratório podendo agravar ou mesmo provocar diversas doenças crónicas tais como a asma, bronquite crónica, alergias, infecções nos pulmões, enfisema pulmonar, doenças do coração e cancro do pulmão.
Em cidades muito poluídas, esses distúrbios agravam-se no Inverno com a inversão térmica quando a camada de ar fria forma uma redoma no alto atmosfera, aprisionando a ar quente e impedindo a dispersão dos poluentes. Nos países industrializados 20% das doenças registadas são imputáveis a factores ambientais.
A asma e as doenças do foro respiratório são a causa do maior número de hospitalizações de crianças, sendo que 1 em cada 7 sofre de asma. As crianças estão também mais expostas ao gás de escape dos carros.

Efeitos sobre as plantas
Os poluentes atmosféricos podem afectar a vegetação por duas vias: via directa e via indirecta. Os efeitos directos resultam da destruição de tecidos das folhas das plantas provocados pela deposição seca de CO2, pelas chuvas ácidas ou pelo ozono, reflectindo-se na redução da área fotossintética. Os efeitos indirectos são provocados pela acidificação dos solos com a consequente redução de nutrientes e libertação de substâncias prejudiciais às plantas, resultando numa menor produtividade e numa maior susceptibilidade a pragas e doenças.


Efeito Estufa
A temperatura da troposfera é pouco afectada pela radiação solar directa, a que é relativamente transparente, aquecendo sobretudo como resultado da absorção das radiações de grande comprimento de onda emitidas pela superfície terrestre. A absorção da radiação terrestre é efectuada por diversos compostos de que se salienta o CO2 mas também o CH4, Ozono, N2O e os CFC. Estes funcionam assim como os vidros de uma estufa, deixando passar a radiação solar que aquece o solo retendo a radiação terrestre. É por esta razão que o acréscimo na concentração destes poluentes poderá ter como reflexo o aumento da temperatura do ar. Este efeito é semelhante à dos vidros fechados de um carro exposto ao sol. O vidro permite a passagem dos raios solares, acumulando calor no interior do veículo, que fica cada vez mais quente.

As consequências deste fenómeno são catastróficas, segundo várias teorias o aumento da temperatura do planeta é responsável pela maioria dos desastres climáticos actuais (enchentes, secas, tempestades, furacões, e maremotos).
Segundo várias teorias o aquecimento global favorece a ocorrência de furacões, tempestades e até terramotos e se a temperatura da Terra aumentar 1 ou 2 graus Celsius, grande parte da região congelada entorno da Antártida pode derreter. O gelo ocupa um volume muito menor que a água líquida, assim o nível do mar aumentaria, fazendo com que ilhas e cidades costeiras desaparecessem dos mapas, ficando totalmente submersas.
Registaram-se nos últimos anos aumentos da concentração atmosférica de CO2, numa amplitude que ultrapassa as oscilações do último milhar de anos e de que as principais causas serão o aumento de uso de combustíveis fósseis e a desflorestação.



Chuva Ácida
A chuva ácida é uma das principais consequências da poluição do ar. A combustão de carvão ou de petróleo libertam resíduos gasosos, como óxidos de nitrogénio e de enxofre. A reacção dessas substâncias com a água forma ácido nítrico e ácido sulfúrico, presentes nas precipitações de chuva ácida.
Os poluentes do ar são carregados pelos ventos e viajam milhares de quilómetros; assim, as chuvas ácidas podem cair a grandes distâncias das fontes poluidoras, prejudicando outros países. Na Europa parte dos poluentes produzidos acabam sendo levados pelo vento até a Escandinávia onde caem sob a forma de chuva em lagos e florestas.


Existem já centenas de lagos acidificados na Suécia onde não existem mais peixes, aves e plantas. Em alguns locais florestas inteiras morreram devido a acidez da chuva. Estima-se que 90 % das trutas já desapareceram dos lagos da Noruega.

O solo empobrece, a vegetação fica comprometida. A acidificação prejudica os organismos em rios e lagoas, comprometendo a pesca. A chuva ácida mata plantas, animais e vai corroendo, com o tempo, monumentos históricos. Recentemente, a Acrópole de Atenas teve que passar por um processo de restauração, pois a milenar construção estava sofrendo com a poluição da capital Grega.

Redução da Camada de Ozono
O Planeta Terra, é cercado por uma camada de gases, chamada de atmosfera. Estes gases ficam presos ao redor da terra devido a força gravitacional de atracção e alcança uma altura de até 1000 Km acima da terra. Ela divide-se em camadas, sendo que a mais próxima de nós é a troposfera, formada pelo ar que respiramos. A presença do ozono na estratosfera (entre 20 e 40 km de altitude) funciona como uma barreira para a radiação ultravioleta, tornando-se assim essencial para a manutenção da vida na superfície terrestre. Em 1977 cientistas detectaram que a camada de ozono em cima da Antárctica estava ficando muito fina, permitindo a passagem de perigosas radiações numa área de 31 milhões de Km2, 15 % do planeta. Depois de vários estudos descobriu-se que os gases CFCs (clorofluorcarbonos) eram os verdadeiros responsáveis. A emissão destes gases em larga escala, deterioram a camada de ozono, de modo a existir risco de efeitos nocivos para a saúde do homem e para o ambiente em geral.




A partir desta descoberta tem-se medido a redução da concentração de ozono em locais específicos da atmosfera ("buracos do ozono" nas regiões Antárctica e Árctica) e de uma forma geral em todo o planeta.
Actualmente o buraco aumenta a cada ano que passa, e já atinge a Argentina, o Chile, Uruguai e o sul do Brasil. Com a passagem destas perigosas radiações temos visto no mundo inteiro o aumento crescente do Cancro de Pele (melanoma).
Atentos a esta problemática mais de cem países já ratificaram a Convenção de Viena para a protecção da camada de ozono e o Protocolo de Montreal sobre as substâncias que deterioram a camada de ozono. Este Protocolo estabelece o controlo da produção e consumo de cerca de 90 substâncias regulamentadas.

Medidas de Combate à Poluição Atmosférica
Para reduzir a concentração dos poluentes atmosféricos são necessárias tanto medidas preventivas como correctivas, assumindo a informação um papel fundamental na mobilização dos cidadãos. Entre os principais meios de intervenção disponíveis contam-se:
• Estabelecimento de limites de qualidade do ar ambiente;
• Definição de normas de emissão;
• Licenciamento das fontes poluidoras;
• Incentivo à utilização de novas tecnologias;
• Utilização de equipamento de redução de emissões (por exemplo os catalizadores nos automóveis e a utilização de equipamento de despoluição de efluentes gasosos nas indústrias);
• Controlo dos locais de deposição de resíduos sólidos, impedindo os fogos espontâneos e a queima de resíduos perigosos;
• Utilização de redes de monitorização da qualidade do ar;
• Incentivo à florestação;




• Estabelecimento de Planos de Emergência para situações de poluição atmosférica graves;
• Criação de serviços de informação e de auxílio às populações sujeitas ou afectadas pela poluição atmosférica.
A gestão da qualidade do ar envolve a definição de limites de concentração dos poluentes na atmosfera, a limitação de emissão dos mesmos, bem como a intervenção no processo de licenciamento, na criação de estruturas de controlo da poluição em áreas especiais e apoios na implementação de tecnologias menos poluentes. São, deste modo, exigidas acções para prevenir ou reduzir os efeitos da degradação da qualidade do ar.


Dicas ao alcance de todos nós para reduzir a poluição do ar:
● Caminhar quando as distâncias forem curtas ou andar de bicicleta.
● Combinar boleia com os amigos e colegas de trabalho ou escola (alternadamente).
● Racionalizar as viagens de carro e encorajar a família a usar menos o carro.
● Optar pelo transporte colectivo.
● Escolher um modelo de automóvel que gaste menos combustível por km andado (mais eficiente).
● Calibrar os pneus do carro pelo menos uma vez por mês.
● Fazer revisões periódicas no automóvel para reduzir as emissões de poluentes.
● No trabalho utilizar sempre que possível videoconferências para evitar viagens.
● Se for possível, utilizar energias alternativas como painéis solares.
Economizar energia eléctrica e adquirir electrodomésticos com maior eficiência energética.
● Poupar gás de cozinha, reduzir a chama do fogão assim que ferver, mantenher a panela centralizada, usar somente a quantidade de água necessária, colocar os alimentos duros de molho na água antes de cozer (feijão), usar a panela de pressão e evitar abrir com frequência a porta do forno quando este está a ser utilizado.
● Se tiver mais do que um elevador no prédio, chamar só um e se for possível utilizar as escadas.
Reciclar SEMPRE.
● Plantar árvores, elas são o pulmão da Terra.

Foto: Pessoal

Todos nós somos absolutamente dependentes do oxigénio contido no ar para respirar. E, por incrível que pareça, durante a correria do dia-a-dia, não nos damos conta de que estamos constantemente inspirando oxigénio e expirando dióxido de carbono. Com toda essa importância, o ar merece cuidados especiais para que o meio ambiente em que vivemos tenha e proporcione uma boa qualidade de vida.

Fontes e Fotos: “suapesquisa”, “IniciativaVerde”, “Natureba”, "ABCdoambiente", “Wikipedia”, “1ms.net”, outros.

Foto: Pessoal

“O futuro não pode ser previsto, mas pode ser inventado. É a nossa habilidade de inventar o futuro que nos dá esperança para fazer de nós o que somos.” (Dennis Gabor)

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