Oh meu velho moinho! Que saudade!
Há quanto tempo já não vinha ver-te!
Minha doce lembrança! Vou dizer-te
O grato sentimento que me invade!
Encontro, agora, em ti a minha infância,
Meu eterno passeio de menina,
Num murmúrio de fonte cristalina
Se avisa em tintas leves e distância!
O meu banco de pedra! O rosmaninho,
Que há tanto aqui deixei e se conserva,
Como em cofre de sonho se reserva,
Florindo no passado, o meu caminho!
A tarde vai caindo, mansamente,
Mas eu nem dou por ela, enternecida,
Como quem vê num sonho a própria vida
A projectar-se ao longe, docemente!
Fico esquecida, assim, a recordar,
Matando esta saudade que trazia!
Como tudo é igual na fantasia
E na tranquila paz deste lugar!
Daqui avisto a minha terra, agora,
Como piedoso altar que se levanta,
Erguendo ao Céu essa Rainha Santa,
Que em milagres floriu, consoladora!
Que importa o tempo?... Eu vivo a fantasia!
Que importa a morte?... A vida é que domina!
Se até, na gota de água cristalina,
O mundo se renova, em cada dia…
Ai quem me dera aqui poder ficar,
Neste velho moinho, recordando!
Sem dar que pelo tempo ia passando,
Sem o tempo consigo me levar…
Maria de Santa Isabel Estremoz – Janeiro de 1945
Há quanto tempo já não vinha ver-te!
Minha doce lembrança! Vou dizer-te
O grato sentimento que me invade!
Encontro, agora, em ti a minha infância,
Meu eterno passeio de menina,
Num murmúrio de fonte cristalina
Se avisa em tintas leves e distância!
O meu banco de pedra! O rosmaninho,
Que há tanto aqui deixei e se conserva,
Como em cofre de sonho se reserva,
Florindo no passado, o meu caminho!
A tarde vai caindo, mansamente,
Mas eu nem dou por ela, enternecida,
Como quem vê num sonho a própria vida
A projectar-se ao longe, docemente!
Fico esquecida, assim, a recordar,
Matando esta saudade que trazia!
Como tudo é igual na fantasia
E na tranquila paz deste lugar!
Daqui avisto a minha terra, agora,
Como piedoso altar que se levanta,
Erguendo ao Céu essa Rainha Santa,
Que em milagres floriu, consoladora!
Que importa o tempo?... Eu vivo a fantasia!
Que importa a morte?... A vida é que domina!
Se até, na gota de água cristalina,
O mundo se renova, em cada dia…
Ai quem me dera aqui poder ficar,
Neste velho moinho, recordando!
Sem dar que pelo tempo ia passando,
Sem o tempo consigo me levar…
Maria de Santa Isabel Estremoz – Janeiro de 1945
Lindo poema. Te mando un beso.
ResponderEliminarHavia um moinho de água perto da minha casa em Coimbra.
ResponderEliminarBjs, boa semana
That is an amazing poem, Maria.
ResponderEliminarThe mill is very beautiful, it looks like a lighthouse!
ResponderEliminarMuito lindo o poema! Adoro ver moinhos e o teu está lindo!
ResponderEliminarÓtima semana! beijos, chica
Un poème qui célèbre la vie mais qui est en même temps un peu mélancolique.
ResponderEliminarIl est vrai qu'il a été écrit au sortir de la guerre.
Ton image est magnifique et accompagne bien le poème.
Belle semaine, Maria.
Bises
Such a great memory. Wonderful way to look back at time and youth.
ResponderEliminarWonderful post! Great to see this poem from this author. Thanks so much. All the best to the month ahead!
ResponderEliminarPrezada amiga, teu poema é uma reflexão nostálgica sobre a infância e a memória. O narrador revive momentos passados em um velho moinho, sentindo saudades e revivendo lembranças felizes. A descrição do lugar e da natureza é poética e evocativa, e o poema expressa um desejo de permanecer no passado, livre do fluxo do tempo. É uma celebração da memória e da fantasia. Vou te pedir algo, o Blogger excluiu meu blog, e peço que apareça e SIGA novamente. Agradeço desde já. Obrigado
ResponderEliminarBeautifully written, a touching poem.
ResponderEliminarI wish you a very nice new week
Un poema entrañable de María Santa Isabel Extremoz. Con esas pinceladas que ofrece sobre su niñez. Son inmensos recuerdos. Ese Molino es precioso. Refleja un pasado de nostalgias e infancia.
ResponderEliminarUn abrazo enorme, amiga.
Mónica
Un poema cargado de belleza y sensibilidad.
ResponderEliminarSaludos.
Con el molino se ve el paso del tiempo y las historia que permanecen.
ResponderEliminarUn bonito poema María. Besos.
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