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23/04/2023

O Mar agita-se como um alucinado - Poema de Alberto de Oliveira




O Mar agita-se, como um alucinado:
A sua espuma aflui, baba da sua Dor…
Posto o escafandro, com um passo cadenciado,
Desce ao fundo do Oceano algum mergulhador.

Dá-lhe um aspecto estranho a campânula imensa:
Lembra um bizarro Deus de algum pagode indiano:
Na cólera do Mar, pesa a sua Indiferença
Que o torna superior, e faz mesquinho o Oceano!

E em vão as ondas se lhe enroscam à cabeça:
Ele desce orgulhoso, impassível, sem pressa,
Com suprema altivez, com ironias calmas:

Assim devemos nós, Poetas, no Mundo entrar,
Sem nos deixarmos absorver por esse Mar
— Pois a Arte é, para nós, o escafandro das Almas!


Alberto de Oliveira



18 comentários:

  1. Lovely poem about the sea Maria.

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  2. Poema deslumbrante que muito gostei de ler. Feliz domingo

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  3. Me ha gustado mucho esta poesía que no muestra al poeta cual buzo se adentra en el mar embravecido.

    Saludos.

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  4. Uma excelente escolha., Amei :))
    .
    Vou Vivendo...
    .
    Beijos, e um bom Domingo.

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  5. El poeta por tierra y mar encuentra la belleza para contarla sin temores.
    Abrazo

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  6. Preciosas palabras al mar. Embravecido se ve toda su fuerza y también gusta verlo. Preciosa imagen.
    Buen domingo .
    Un abrazo.

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  7. Such a beautiful image and lovely poem.

    All the best Jan

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  8. Estou a precisar de ir até ao mar.
    Beijinhos, boa semana

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  9. Gostei de conhecer aqui o poeta Alberto de Oliveira, neste inspirado poema.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  10. Bello poema con una bonita foto que lo acompaña.

    Saludos.

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  11. Belo poema... bela imagem.
    Obrigado Maria e muitas saudações de Viola.
    ... Costurei com o tecido que comprei no mercado de tecidos ... e isso me deixa muito feliz.

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  12. Gostei do soneto, é magnífico.
    Obrigado pela partilha.
    Boa semana, amiga Maria.
    Beijo.

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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