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12/02/2022

Poema Lembrança Alada - Mia Couto



 
Em alguma vida fui ave.

Guardo memória
de paisagens espraiadas
e de escarpas em voo rasante.

E sinto em meus pés
o consolo de um pouso soberano
na mais alta copa da floresta.

Liga-me à terra
uma nuvem e seu desleixo de brancura.

Vivo a golpes
com o coração de asa
e tombo como um relâmpago
faminto de terra.

Guardo a pluma
que resta dentro do peito
como um homem guarda o seu nome
no travesseiro do tempo.

Em alguma ave fui vida.


Mia Couto
de Poemas Escolhidos



16 comentários:

  1. Muito linda tua escolha, Maria! Adorei!beijos, ótimo fim de semana! chica

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  2. Beautiful poem! Thank you, Maria!

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  3. Mia Couto no seu melhor. Comungo o pensamento Poético que é desvendado do modo mais profundo.
    Obrigado Maria.


    Beijo
    SOL da Esteva

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  4. Uma imagem muito bela, assim como o poema de Mia Couto.
    Aliás eu gosto de tudo o que ele escreve.
    Bela postagem.
    Um bom fim-de-semana, cheio de saúde e harmonia.
    Um beijo
    :)
    http://olharemtonsdemaresia.blogspot.com/

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  5. Um poema tão bonito! Obrigada pela partilha! :)
    .
    Sonhos moribundos
    .
    Beijos, e um excelente fim de semana!

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  6. Mia Coto sempre nos surpreendendo com as suas variadas
    formas de se expressar. Em verso, em prosa, inventando
    palavras outras.

    Obrigada, Maria.

    Beijinhos
    Olinda

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  7. Supiste acompañar el poema con una imagen a su altura.

    Saludos.

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  8. Boa noite Maria,
    Um poema muito belo de Mia Couto, que adorei.
    Não conhecia.
    Obrigada por partilhar.
    Beijinhos e um ótimo domingo.
    Ailime

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  9. Uma bela escolha!
    Gosto de ler Mia!
    Bom domingo!

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  10. ¡Qué hermoso y delicado poema!
    Beijinhos.

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  11. Bello poema . Me gusto la imagen. Te mando un beso y Te deseo un lindo día del amor y la amistad.

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  12. O Mia é sensacional neste envolver-se na natureza.
    Belíssima escolha Maria.
    Grato pela releitura.
    Beijo e paz amiga na feliz semana.

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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