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28/09/2019

Ao longe os Barcos de Flores




(A Ovídio de Alpoim)

Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranqüila,
- Perdida voz que de entre as mais se exila,
- Festões de som dissimulando a hora

Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, do carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.

E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil... Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?

Só, incessante, um som de flauta chora...



Camilo Pessanha


6 comentários:

  1. Boa tarde Maria,
    Um poema lindo de Camilo Pessanha!
    Obrigada pela partilha.
    Beijinhos,
    Ailime

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  2. Um poema que não chora,
    todavia, também não ri
    poema, do que esse agora
    não sei se melhor não li?

    Tenha uma boa noite e um bom dia de Domingo amiga Maria. Um abraço.

    ResponderEliminar
  3. Triste sentir de una flauta...quizás con ello disipan los dolores..

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

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