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24/04/2018

Soneto de Mal Amar - Ary dos Santos





Invento-te    recordo-te   distorço
a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada.

A palavra desejo incendiada
lambendo a trave mestra do teu corpo
a palavra ciúme atormentada
a provar-me que ainda não estou morto.

E as coisas que eu não disse? Que não digo:
Meu terraço de ausência    meu castigo
meu pântano de rosas afogadas.

Por ti me reconheço e contradigo
chão das palavras mágoa joio e trigo
apenas por ternura levedadas.


Ary dos Santos, in 'O Sangue das Palavras'


14 comentários:

  1. Viveu uma vida de excessos.
    Mas, até por testemunhos de amigos, viveu feliz.
    E tinha um imenso talento.

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  2. Hello dear Maria!
    A very beautiful poem and lovely lyrics!
    Thank you for sharing! Enjoy your day!
    Dimi...

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  3. That's my kind of poem and I love the photo you've selected to go with it!

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  4. Bom dia. Um poema mito bonito!!

    Beijinhos

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  5. Gran belleza! Sobran los comentarios.
    Un abrazo, Maria.

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  6. Olá queria Maria,
    Lindas palavras nesse soneto, amei.
    Grande beijo

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  7. gracias por darnos tanta belleza en palabras

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  8. Hi Maria. Fantastic picture and wonderful text.

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  9. Que saudades da poesia acutilante do Ary dos Santos.
    Abraço

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  10. Um poema bonito e conflitante... Gostei de ler, reler e refletir...
    Um abraço nesta terça-feira

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  11. O título é como o poema.
    Vertente forte de emoções.
    Mas é bonito.
    Boa continuação de semana.

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  12. a foto é mt bonita e o poema ele entao é lindo gostei mt parabens bjs

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  13. Um belo poema de Ary, que adorei descobrir!
    Belíssima escolha, Maria! Beijinhos
    Ana

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

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