Dois horizontes fecham nossa vida:
Um horizonte, — a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, — a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, — sempre escuro,—
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.
Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais;
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.
Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.
No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, — tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.
Que cismas, homem? – Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? – Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.
Dois horizontes fecham nossa vida.
Um horizonte, — a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, — a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, — sempre escuro,—
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.
Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais;
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.
Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.
No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, — tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.
Que cismas, homem? – Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? – Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.
Dois horizontes fecham nossa vida.
Machado de Assis, in 'Crisálidas'
Eu amo os poemas de Machado de Assis, acho incrível. Me emociono porque faz refletir. É o maior nome na literatura brasileira, um grande referencial. Estou seguindo seu blog! Bjss
ResponderEliminarwww.historiasdaiza.blogspot.com
Saudades de passado e saudades do futuro.
ResponderEliminarUm sentimento tão português.
Bfds
Feliz e alegre ano novo, Maria!
ResponderEliminarBelo poema e fotos!
Bom fim de semana, desejo-lhe!
Eu te beijo, imploro e obrigado pela visita!
Um poema extremamente belo.
ResponderEliminarAdorei Maria Rodrigues.
Aqui recomeço voltando aos poucos.
Bjs,obrigada pela visita e um ótimo final de semana.
Carmen Lúcia.
Somente um poeta pode escrever tão entusiasto
ResponderEliminarAbraços
Um grande poema de um grande escritor.
ResponderEliminarAmiga Maria, um bom fim de semana. E um Bom Ano.
Beijo.
Linda escolha amiga Maria, adoro ler Machado de Assis!
ResponderEliminarTenhas um lindo ano novo junto com os seus entes queridos!
Abraços apertados!
Que rico poema. Profundamente lindo!
ResponderEliminarBeijos e bom fim de semana.
Muito lindo!
ResponderEliminarUm abraço e um ano maravilhoso pra você.
Bjus
Lindo...Muito lindo!Beijinhos!
ResponderEliminarNão conhecia este poema e gostei muito.
ResponderEliminarUma belíssima partilha!
Bom ano!
beijinhos
:)
Que lindo poema deste grande autor!
ResponderEliminarBeijinho e um grande ano de 2018!
Joana
Bonito poema.
ResponderEliminarBjs
Que lindo!
ResponderEliminarBeijinho Maria.
Bela escolha de Machado, acho lindo este.
ResponderEliminarValeu Maria a releitura aqui.
Um abração amiga.
Bjs
Um poema tão belo, quanto profundo...
ResponderEliminarMais uma escolha maravilhosa, que nos oferece, Maria!...
Beijinhos
Ana