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17/01/2017

Florista - Poema de Cecília Meireles




Deixai passar pela margem da tarde
a velha florista
que levanta nos braços o fim das flores:
- imenso chapéu de ramos amontoados.

Vede os tristes cravos desfeitos,
e o lábio oscilante da ultima pétala de rosa.
Os lírios quase líquidos,
moles e túmidos,
prolongam densas lágrimas.

Deixai passar com o fim das flores,
com o fim da vida,
a velha florista,
de saia verde, de xale roxo, de meias grossas,
toda coberta de flores murchas,
de espesso pólen, de mortos espinhos
- canteiro deslizante,
a velha florista,
a escorregar para o ocaso,
lenta e sozinha,
sob os alamos amarelos,
ao longo de muros tão antigos,
como depois de uma grande festa,
de um culto de outrora.



Cecília Meireles

12 comentários:

  1. O quadro lindo acomphado por um poema adorável .
    abraço

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  2. Oi Maria,
    Linda poesia, mas de uma tristeza sem fim
    Está lindo o seu blog e da uma paz imensa
    Beijos no coração
    Lua Singulae

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  3. Gostei. Hoje já não se vêm floristas na rua.
    Poemas de Cecília Meireles, são sempre um chamariz para mim.
    Um abraço

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  4. Desculpe Maria
    Errei o nome do meu blog
    Lua Singular
    Estou com sono, chove aqui e está fresquinho.
    Beijos
    Lua Singular

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  5. Lindíssimo poema de Cecilia Meireles!
    Adorei Maria Rodrigues.
    Bjs e uma ótima semana.
    Carmen Lúcia.

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  6. Boa Tarde, querida Maria!
    Que linda escolha! A Primavera nunca nos abnadona mesmo que seja inverno...
    Bjm muito fraterno e um abençoado 2017!

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  7. Boa tarde, Cecília Meireles no seu melhor, este poema é maravilhoso.
    AG

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  8. Soberba escolha!! Amei

    Beijo de boa noite

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  9. Maria, as floristas são tão poéticas e belas.
    Obrigado pelo tempo que aqui, ganhei, divagando contigo, minha amiga.
    Deixo um beijinho e um até breve...

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  10. Apaixonada pela Ceci ;-)
    Adorei o diálogo do poema e imagem!...

    Beijos =)

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  11. Maravilhosa Cecília.
    Meio triste, mas divino! bj

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