Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.
Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.
Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.
Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.
Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.
Gosto muito do Saramago poeta. Muito mais que do Saramago romancista
ResponderEliminarUm abraço
Deu o salto para não pagar impostos no seu/nosso país, mas está perdoado porque lá tinha as suas razões, admirava a sua escrita e foi um escritor Português com o prémio Nobel, merece todo o nosso respeito!
ResponderEliminarE é com todo o respeito que lhe deixo o meu abraço a si, AMIGA MARIA.
Intenso e tão lindo! Adorei! Ótimo dia! bjs, chica
ResponderEliminarUma boa escolha esta de Saramago!
ResponderEliminarBeijinho Maria
Boa noite Maria,
ResponderEliminarMagnifico poema de Saramago.
Ele escreveu excelente poesia e penso que não é muito conhecida.
Um beijinho e obrigada pela escolha.
Ailime
Adorei descobrir Saramago, por aqui... através de um belo poema, que não conhecia...
ResponderEliminarComo sempre uma bela partilha, Maria...
Beijinhos
Ana
Uma bela partilha...lindo poema de Saramago.
ResponderEliminarbeijos
Araan.