Paginas

02/05/2016

O Meu Olhar Azul como o Céu - Poema de Alberto Caeiro



O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta ...
Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol ...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)


Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIII"
Heterónimo de Fernando Pessoa


8 comentários:

  1. Boa tarde!
    Um poema encantador! Amei

    Beijinhos e um dia feliz

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  2. Magia dum olhar azul, como só Pessoa sabe dar cor.
    Uma excelente escolha, Maria.


    Beijo
    SOL

    ResponderEliminar
  3. Bonito poema como o azul do céu.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  4. A maravilha dos versos de Fernando Pessoa! Gostei muito! Bjs.

    ResponderEliminar
  5. Esta obra de arte "O Guardador de Rebanhos" me toca profundamente, me faz pensar no sentido da vida. Uma joia para a humanidade. Beijos Maria.

    ResponderEliminar
  6. Fernando Pessoa, no seu melhor...
    Sempre uma delicia, descobrir mais um pouco da sua obra...
    Beijinhos
    Ana

    ResponderEliminar

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.

Topo