A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo
estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o
visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles.
É preciso recomeçar a viagem. Sempre.
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles.
É preciso recomeçar a viagem. Sempre.
José Saramago
Uma grande verdade
ResponderEliminarAbraço
O grande Saramago!!! Saudades, faz falta, e como!
ResponderEliminarbeijinho, Maria, gostei da postagem, pura verdade.
Na segunda feira, fui a uma tertúlia poética sobre Saramago.
ResponderEliminarAbraço
Nem mais. A viagem não acaba, nós é que acabaremos, quase sempre com a sensação de que ainda teríamos muito para viajar. Cést la vie.
ResponderEliminarUma bela escolha, este texto de J. Saramago.
xx
Saramago é único, gosto tanto! E a viagem não acaba, pois o trajeto é o que há de mais importante, a chagada é apenas mais um posto de partida.
ResponderEliminarAbraço.
Lindo!
ResponderEliminarBeijos.
Palavras, com que me identifico totalmente... Adoro Saramago!
ResponderEliminarEstou com algumas dificuldades em abrir o seu blog, Maria! virei noutra hora, acabar de ver as suas últimas publicações, numa altura, em que a Net por estes lados, não esteja tão lenta...
Beijinhos
Ana