O crepúsculo
cai, manso como uma bênção.
Dir-se-á que o rio chora a prisão de seu leito...
As grandes mãos da sombra evangélicas pensam
As feridas que a vida abriu em cada peito.
Dir-se-á que o rio chora a prisão de seu leito...
As grandes mãos da sombra evangélicas pensam
As feridas que a vida abriu em cada peito.
O outono
amarelece e despoja os lariços.
Um corvo passa e grasna, e deixa esparso no ar
O terror augural de encantos e feitiços.
As flores morrem. Toda a relva entra a murchar.
Um corvo passa e grasna, e deixa esparso no ar
O terror augural de encantos e feitiços.
As flores morrem. Toda a relva entra a murchar.
Os pinheiros
porém viçam, e serão breve
Todo o verde que a vista espairecendo vejas,
Mais negros sobre a alvura inânime da neve,
Altos e espirituais como flechas de igrejas.
Todo o verde que a vista espairecendo vejas,
Mais negros sobre a alvura inânime da neve,
Altos e espirituais como flechas de igrejas.
Um sino
plange. A sua voz ritma o murmúrio
Do rio, e isso parece a voz da solidão.
E essa voz enche o vale... o horizonte purpúreo...
Consoladora como um divino perdão.
Do rio, e isso parece a voz da solidão.
E essa voz enche o vale... o horizonte purpúreo...
Consoladora como um divino perdão.
O sol fundiu a
neve. A folhagem vermelha
Reponta. Apenas há, nos barrancos retortos,
Flocos, que a luz do poente extática semelha
A um rebanho infeliz de cordeirinhos mortos.
Reponta. Apenas há, nos barrancos retortos,
Flocos, que a luz do poente extática semelha
A um rebanho infeliz de cordeirinhos mortos.
A sombra casa
os sons numa grave harmonia.
E tamanha esperança e uma tão grande paz
Avultam do clarão que cinge a serrania,
Como se houvesse aurora e o mar cantando atrás.
E tamanha esperança e uma tão grande paz
Avultam do clarão que cinge a serrania,
Como se houvesse aurora e o mar cantando atrás.
Ah! Maria, vir aqui, o que já é um imenso prazer, e saborear Bandeira...
ResponderEliminarera o que mais precisava, nesse final de noite do começo de um final de semana: obrigada!
Olá amiga suas escolhas são sempre maravilhosas. Este poeta tirou um pouco da minha timidez, pois quando era estudante a professora da língua portuguesa me fazia recitar seus versos em público, , visto que eu era uma concha! Na época eu o odiava, assim como a todos e quaisquer poetas, hoje eu amo poesia e não sou mais tímida em falar em público.
ResponderEliminarmil beijinhos, Léah
Bom dia Maria Rodrigues
ResponderEliminarExcelente poema!!
Amei
Bom sábado
Beijos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Olá, querida Maria
ResponderEliminarQue o Outono lhe seja favorável!
Bjm fraterno
...belas palavras sobre o outono...para mim, a estação de explosão de cores e sentidos...
ResponderEliminarBeijo, Maria!
Belíssimo poema!... O outono da estação... e da própria vida, nas palavras de Manuel Bandeira...
ResponderEliminarGostei imenso!
Bjs
Ana